Tudo sobre a banda britânica Muse formada por Matt Bellamy, Dom Howard e Chris Wolstenholme.

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MUSE NO LOLLA BR – A EXPERIÊNCIA

 

Flávia Amaral – Depois de um dia inteiro na grade resistindo pra segurar meu lugar, a última hora e meia esperando o show do Muse foi TENSA. Passei o dia tranqüila e feliz, dançando e cantando de boa com Julian Casablancas e Phoenix, apesar da fraqueza por causa do sol, do aperto, da fome e da sede. Mas quando acabou o show do Phoenix e começou um aperto desesperador das dezenas de milhares de pessoas querendo chegar mais perto do palco para ver o Muse, o ar começou a faltar, a cabeça começou a rodar. Eles estavam vindo. Eles estavam chegando. Logo estariam ali, bem na minha frente, para passar uma hora e meia dividindo com a gente nossa paixão em comum: a música e o talento do Muse. Meninas magrinhas caíam aos montes passando mal perto da grade, saíam da platéia carregadas em macas pelos bombeiros de plantão (até um cara também, para o meu espanto!)… Eu só pensava em não ser uma delas. Precisava ficar ali até o fim!!!

 

Aí chegou a hora tão esperada. Dom e Chris apareceram primeiro, seguidos de Matt, com os cabelos cobrindo o rosto. Lá atrás, Morgan começou a tocar os acordes arpegiados de New Born. Matt começou a cantar, com os olhos cobertos pelo cabelo, ouviu o coro de milhares cantando LINK IT TO YOURSELF, e sorriu triunfante, jogando a cabeça pra trás de tanta satisfação… Sorri com ele, enquanto ele deixava a gente cantar por ele, enlouquecidos.

Matt apontou para frente, reclamando sua multidão de fãs com cara de badass, e desceu a mão com tudo inaugurando as cordas da guitarra naquela noite.  Acompanhei o começo do show com a câmera do celular, tremendo, sorrindo e chorando.New Born, minha preferida, a música mais perfeita de todo o universo pra mim, companheira de tantos momentos bons e ruins, tão desejada no Rock in Rio, tão desejada no show de quinta que não aconteceu, finalmente soando nos meus ouvidos e tremendo todo o meu corpo com a vibração. Tentava cantar junto, mas a garganta travava. De olhos bem abertos, acompanhei o solo e os riffs da minha música preferida e curti cada segundo dela, até o glorioso final, que não era final, era só começo!!!

Depois do outro fodástico de New Born (Head up do Deftones), emendaram outra música com riffs violentos de guitarra, eu sem acreditar olhei pra minha amiga, que me olhou de volta e confirmou meu espanto: era Agitated.

 

Agitated no começo do set, e não no fim??? FUDEU, pensei, esse show vai dar infarto. E deu. YOU DO IT TO ME SWEETLY, eu gritei, extasiada.

“So I lost my voice”, ele disse. Bebeu muita água no começo do show, muita, e entre um gole e outro completou: “We’ve been together for twenty years. Someone great died twenty years ago, this next song is for Kurt Cobain.” Eu estava esperando por isso; já tinha visto entrevistas em que eles prometiam uma homenagem, então eu só estava torcendo pra eles escolherem uma boa música pra fazer o cover, uma que eu soubesse cantar apesar de não conhecer muito o Nirvana. E a escolha não poderia ter sido melhor. Mais uma vez endorfina correu violenta nas minhas veias enquanto eu cantava junto com o Matt uma música que eu adoro, que já ouvi muito, e que nunca nenhuma platéia no mundo tinha cantado junto com ele (okay, talvez tenha, antes da fama…), Lithium.

 

Só então realmente notei como a voz dele não estava boa, ele deixou os refrões de YEAH YEAH YEAAAAAAH para nós cantarmos, e não decepcionamos. Gritamos a plenos pulmões e depois deliramos quando a música chegou a aquela parte mais quieta, com Dom e Chris dando a deixa pros versos da letra voltarem mais calmos, só pra explodir de novo em mais YEAH YEAH YEAH no final. “In a daze cause I found God”, diz a letra de Kurt Cobain, e eu cantei me identificando plenamente, porque meu Deus estava ali e o nome dele era Matthew Bellamy.

Depois veio Bliss, e eu me pergunto quantos mil tiveram a mesma sensação fantástica de ouvir sua música preferida ali. Eu, com certeza sim, com New Born logo no começo! Fica melhor do que isso?, meu coração perguntava, atordoado. Eu sabia que sim. Acabou Bliss e Matt trocou de guitarra… Veio para o centro do palco e começou a fazer ela gemer distorcida, chamando o grito da galera. A gente já sabia. Plug in Baby. Gritamos cada vez que ele arrancava uma distorção da guitarra, até entrar um dos riffs mais perfeitos do rock, rasgando o céu do Lollapalooza.

 

Depois de PIB começou a introdução de The 2nd Law: Unsustainable, e eu delirei de novo: outra música MUITO desejada que não veio no Rock in Rio. Canhões de fumaça explodindo na frente do palco. Depois da introdução com o vídeo da apresentadora de jornal falando sobre a segunda lei da termodinâmica que todos nós já sabemos de cor, o Muse arregaçou com seu dubstep ao vivo. Matt não cantou o solo, nós sim. Êxtase.

E não dava tempo pro coração descansar, de novo acelerou, insano, ao ouvir o começo de Butterflies and Hurricanes. Abri a boca, incrédula. Que setlist, que noite! Estavam completamente perdoados pelo sofrimento de quinta-feira!!! Mesmo sabendo o que estava por vir, choquei quando Matt se livrou da guitarra, com Dom e Chris segurando o suspense, entregou-a ao roadie e se sentou naquele grand piano lindo para tocar um dos solos mais perfeitos de piano do Muse. Choreeeeeei de novo. Que coisa linda. Matt estava cantando em tons graves onde deveriam ser agudos, mas nós compensamos tudo dando o máximo da nossa voz.

matt

Aí a laringite dele teve um descanso quando Chris assumiu o microfone para cantar Liquid State. Mesmo com Chris destruindo no vocal, continuei olhando mais para o Matt do que para ele e o Dom. Queria não ser parcial assim, mas naquele dia foi difícil, com a preocupação pelo estado de saúde do Matt. Reparei, enquanto ele tocava pro Chris cantar, que ele estava curtindo muito bater o cabelo comprido de novo. As fotos não me deixam mentir.

Adiante com o show. Se no Rock in Rio não curti tanto Madness, pela falta que as minhas preferidas estavam me fazendo, no Lolla eu estava livre de qualquer expectativa, para poder curtir muito cada palavra dessa canção de amor linda, que veio sem os óculos especiais e aquela câmera que o Matt segurava na turnê de The 2nd Law. Cantei I NEED YOUR LOVE!!! com Matt e todo mundo junto.

 

Em seguida veio Interlude, anunciando Hysteria, e eu de novo com a boca aberta acompanhei o Chris descer até a escada que levava ao corredor do público, e executar o riff que eu amo tanto bem na minha frente. De novo explodimos a plenos pulmões cantando o que eu sinto como a expectativa de ver um show do Muse: I WANT IT NOW, I WANT IT NOW, GIVE ME YOUR HEART AND YOUR SOUL! E lá eu estava, satisfazendo a expectativa tão grande que estava me sufocando há dias. Lá veio o solo, com o Matt jogando o braço da guitarra de um lado para o outro como sempre, mas dessa vez eu estava junto e meu braço fazendo o mesmo movimento, ao mesmo tempo! Momento que não tem preço…

Matt cumprimentou a platéia brasileira, dizendo que ama tanto esse país que vai continuar voltando pra cá pelo resto da vida. Perguntou se todos ali eram de São Paulo; a resposta veio urrando da multidão, uns gritando que sim, outros que não, mas Matt só disse: “Fucking London“, e partiu pras palmas ensaiadinhas de Starlight.

Muitos sortudos puderam cumprimentar e até agarrar o Matt, que ouviu nosso grito I JUST WANTED TO HOLD YOU IN MY ARMS, se jogou de costas na grade e se deixou abraçar pelos fãs. Vieram Time Is Running Out e Stockholm Syndrome, e eu bati cabeça o mais forte que eu podia.

 

Stockholm Syndrome, que monstro de música. Agora sim, estávamos chegando ao fim do set. Last chance to lose control!  Fiquei sabendo depois que uma das ultimas vezes na história em que New Born e Stockholm Syndrome apareceram no mesmo set foi em Reading em 2011, quando Origin of Symmetry completou 10 anos e eles comemoraram tocando o álbum inteiro, além de tocar outro set completo em separado. O tamanho da sorte de estar nesse Lollapalooza!!! Caralho!!!

Partiram pro encerramento do set com acordes não tão familiares… Surpresa violenta, era Yes Please, mais rara do que Fury! Tinham parado de tocar essa nos shows em 2000, reapareceu na T2L Tour pra dar um oi umas três vezes (incluindo Tokyo Zepp), e veio parar na nossa mão. Mais cabeça batendo e pouca letra cantada, porque né. Hahahaha! Pular era impossível, de tão apertado que estava. Matt jogou a guitarra pra cima, depois tacou dentro do piano. Não! Fiquei angustiada com a tampa do piano fechando com tudo e a guitarra dentro. Os três saíram, fim do set principal.

 

Apagaram as luzes e começou o clipe de The 2nd Law: Isolated System. Lembrei da gente chegando quando os portões abriram, correndo pra conseguir um lugar na grade. Sonho realizado!!! Mas estava acabando… Agora era só esperar o encore. Veio com o Dom trazendo nossa bandeira, com os Twitters dos fãs brasileiros escritos por cima! Muita, muita emoção ao ver ele colocar a bandeira por cima da bateria pra tocar as duas últimas músicas. Uprising. De novo nossas vozes no mesmo grito, nossas mãos subindo no mesmo punho cerrado, eu me despedindo da melhor noite da minha vida.

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E veio Knights of Cydonia. Terceira vez que ouvi Ennio Morricone ao vivo na gaita do Chris, mas não diminuiu a emoção e o arrepio… Que introdução do caralho, que jeito fantástico de acabar um show. Não é à toa que Man With a Harmonica + KoC estão no encerramento dos shows há tanto tempo, e com promessa de continuar assim por muito tempo ainda.

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E começou o hino muser. Não sei como, houve espaço pra pular dessa vez. Não tinha como segurar! E todas as nossas plaquinhas no ar, mais um flashmob bem sucedido. Foi lindo! Não vi a reação deles, estava fritando demais com os riffs insanos…! E acabou. Se despediram, Matt e Dom, como de costume. E disseram “See you next year”. O grito foi animal. A galera enlouquecida de vez, berrando e comemorando essa promessa linda. E saíram, sem esperança de outro bis, apesar dos pedidos da geral.

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Chegando em casa, descobri que deveria ter sido Muscle Museum no lugar de Yes Please, por um tweet do Matt se desculpando por não ter tocado essa… e prometendo que volta pra tocar aqui no ano que vem. Não tem depressão pós-show. Não tem.

FLA

Flavia Amaral, Cristina Renó, Cecília Nascimento e Tenille Lima

Reviva agora esses momentos históricos, assistindo à multicam do show!

Written By

Super Drone da Tradução, nerd e fã incondicional.

Comments: 3

  • Alan Nunes

    5 de abril de 2015
    reply

    Eu ainda nem acredito que estava lá e presenciei isso tudo… 😀

  • Ivete Borges

    5 de abril de 2015
    reply

    Eu estava lá!! Fui com minha filha que é fã do muse,olha hoje gosto das músicas do museu por causa da minha filha!!valeu a pena o dinheiro que gastei pra ir no lolla.faria tudo de novo.

  • Felipe Yokohama

    6 de abril de 2016
    reply

    Esse show foi fantástico, estava la perto da grade foi incrível! Ainda mais que eu comecei a conhecer e escutar Muse a mais ou menos um ano antes, foi um ótimo começo para mim!!

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