Tudo sobre a banda britânica Muse formada por Matt Bellamy, Dom Howard e Chris Wolstenholme.

Instagram Facebook Twitter

[TRADUÇÃO] MUSE TENTOU NOS AVISAR! [!!!]

Quando Muse veio para Red Rocks em Setembro, esperávamos um espetáculo de rock and roll, e a banda mostrou uma apresentação brilhantemente futurista. Mas será que os roqueiros Britânicos estavam também culpando os Americanos pela atual turbulência política e social, na qual nazistas atropelaram multidões de manifestantes, policiais atiram em civis e refugiados são obrigados a retornar à países destruídos por guerras?

Esse momento político, afinal, é o futuro distópico sobre o qual Muse nos avisou muito antes de Donald Trump ser Presidente. E no show em Red Rocks, o catálogo de mais de uma década de hits da banda ressoou estranhamente.

Muse abriu com Dig Down, o mais recente single da banda, que é uma insinuação óbvia sobre Trump:

 

“Quando Deus olha para o outro lado / E um palhaço toma o trono / Nós devemos achar uma maneira.” Ao invés de apontar e culpar grupos políticos específicos pela ascensão do palhaço, o trio harmonizou em um estilo gospel futurístico: “Cave e encontre fé.”

 

Os músicos raramente falavam com o público, deixando suas músicas inspiradoras, quase anarquistas, fazerem isso por eles. Letras escritas anos atrás agora parecem que eram proféticas, prevendo que os Estados Unidos estavam indo em direção de uma revolta política. Músicas como Red Rocks e Resistance falaram mais alto que nunca em um país onde encontros políticos geralmente acabam em violência.

Depois de anunciar que o show desse dia estava exatamente há dez anos do primeiro show da banda em Red Rocks, os músicos começaram a tocar Take a Bow, música que estrearam no local dez anos atrás. Os versos:

 

“E nossa liberdade se auto-consume / O que nos tornamos é contrário àquilo que queremos / Curve-se” reverberaram contra as pedras antes do cantor e guitarrista Matt Bellamy cantar, “Você vai queimar no inferno,” cinco vezes no verso final.

 

Talvez cantar “queime no inferno” mais de uma vez é um jeito bruto de castigar um líder misógino que teve dificuldade em condenar nazistas. A repetição, afinal, é a linguagem do presidente, que não consegue parar de se elogiar de novo e de novo e forçando seus apoiadores a gritarem “Erga um muro” até o cansaço.

Em um ponto do show, Bellamy foi para trás das telas que se moviam para vestir um par de tênis com luzes e shutter shades acesos, um visual que lembrava 2007, quando Kanye West usava shutter shades enquanto Stronger liderada as paradas. Intencional ou não, os óculos de Bellamy lembraram o público que os hits do Muse vem de uma época antes do caos – mesmo que as músicas ecoem mais alto hoje.

Muse abandonou toda a sutilidade para o encore, entrando com Uprising, uma convocação para a luta contra a opressão. Os fãs cantavam “Hey” repetidamente colocando seus punhos para cima.

Enquanto a música tocava, as telas atrás da banda mostravam um embate violento. Policiais de preto confrontavam um grupo de Black Blocs, alguns usando keffiyehs sobre seus rostos. Enquanto o público continuava a cantar em coro e levantar as mãos, os anarquistas nas telas lutavam contra gás lacrimejante enquanto jogavam tijolos e batiam com tacos de baseball nos policiais. Bellamy tocou um solo com muita distorção enquanto a batalha se tornava um tiroteio. Após a música estridente, uma única figura em preto atirou em câmera lenta.

Através dos visuais durante Uprising e inúmeras alusões ao anarquismo, a banda propôs que o público agisse, lutasse pela mudança sistemicamente além do show, com a mesma energia que dedicaram durante a música. As letras do Muse não só refletiram o momento político atual mas foram uma inspiração para fãs que ouviram o álbuns sobre frustração política do trio por mais de uma década, para se juntarem à luta pela justiça.

Muse terminou a noite com a épica Knights of Cydonia. Após minutos de introdução para um incrível solo de guitarra e levando o público à um surto de head-banging, a banda cantou seu último verso, acabando o show com a frase:

 

“Você e eu devemos lutar pelos nossos direitos. Você e eu devemos lutar para sobreviver.”

 

Fonte : Westword

Written By

Drone-Mais-Rápido-Que-A-Morte. Vivendo de Muse, Física e internet.

Leave a Comment