Tudo sobre a banda britânica Muse formada por Matt Bellamy, Dom Howard e Chris Wolstenholme.

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[Resenha] NME sobre The Resistance

A NME fez uma review do The Resistance, e nela, ele criticaram demais o disco, confira a nossa tradução clicando em ler mais:


Muse – The Resistance (nota: 6/10)

É claro que não falta estupidez e escala, mas, e por trás disso? Bem…

Saudações, cidadão da Eurásia, residente da colônia GBv6.0. Favor apresente o código serial e a data para qualquer micro monitor à sua volta e encaminhe-se para o Domo D’Água para a limpeza diária. O Estado relembra os cidadãos de que devem manter apropriadamente suas Unidades de Resistência livre de contrabando; e, o mais importante, qualquer cidadão encontrado apreciando os trabalhos da gangue fugitiva conhecida como Muse será re-educado. E o Estado novamente irá reiterar seu compromisso com a erradicação dos sentimentos: na Eurásia, amar é morrer.

E é isso, querido cidadão, esse é o objetivo do louco, exagerado, às vezes hilário e às vezes incrível quinto álbum do Muse. Na verdade, o termo ‘opus’ é mais apropriado: agora você já deve saber dos grandes temas de controle estatal, guerra injusta e a corrupta Polícia do Pensamento, talvez você tenha tido parte na caça ao tesouro que se deu entre Dubai e Nova Iorque, e você certamente sabe que há uma coisa nesse álbum que tem 15 minutos de duração e se chama “Exogenesis: Symphony”. Mas por baixo dessa pomposidade está o disco mais coerente e focado do Muse até agora, uma dissertação sobre o indescritível poder do amor. Mas definitivamente demora um pouco até chegar aí.

O Muse sempre foi uma banda ambiciosa, mas ‘United States of Eurasia’ está além de qualquer coisa feita durante a nossa existência: é como um cruzamento entre ‘Bohemian Rhapsody’ e o hino de um planeta inteiro, tudo ornado com ultra-asteróides, cordas e guitarras que soam como naves espaciais. É um perturbado delírio, é desembaraçadamente grandioso e, além de tudo, é soberbo. E, enquanto o refrão se transforma num noturno emprestado de Chopin, a atmosfera muda para algo gracioso, com um tom que cheira a ‘Citizen Erased’ em certos momentos, e o Muse nos recorda a razão pela qual os amamos: porque quando eles ficam irremediavelmente malucos, eles são intocáveis. E é uma pena que não há mais canções assim. ‘Uprising’ e ‘Guiding Light’, por exemplo, não passam de ideias numerosas jogadas num papel na expectativa de que façam sentido.

Liricamente, o álbum é uma carta de amor de Winston para Júlia, personagens do livro 1984. Ou, se você quiser, é do Bellamy para sua noiva. ‘Resistance’ diz “O amor é a nossa resistência” (surpreendentemente), e a mensagem permanente é a de que romances proibidos e contra as probabilidades irão, até mesmo nesse tipo de distopia, triunfar. O leitmotiv ‘estado controlador’ cansa rapidamente, com toda a bobagem sobre a Polícia do Pensamento e tal, mas as referências à “minha poderosa luz-guia” sugerem que por trás da loucura musical está um simples homem apaixonado por uma bela mulher. Talvez por ter sido essa a primeira vez que ele se abriu emocionalmente, Bellamy sentiu a necessidade de se esconder seus sentimentos numa metáfora e, depois de passada a primeira impressão, ‘The Resistance’ parece ser decididamente humano.

O baixo de Chris Wolstenholme em ‘Resistance’ e a bateria de Dom Howard em ‘Guiding Light’ adicionam textura à obras de arte que, de outra maneira, seriam claras demais, embora esta última soe como Muse no piloto automático salvando um solo atômico tirado diretamente da escola de sutilezas do Van Halen. ‘MK Ultra’, também, poderia ser um lado-b pra qualquer um dos últimos álbuns da banda. ‘Unnatural Selection’, por outro lado, é mais uma que não esconde sua maluquice e a endossa, sendo iniciada com um enorme órgão e guiada por um riff tipicamente frenético de Bellamy, é fervorosa e brilhante. Mas tal supernova de geniosidade é rara, resultando na maior parte do ‘The Resistance’ sendo previsível dentro da sua insanidade. Talvez eles tenham encontrado um lugar comum – agora nós esperamos sessões com um bilhão de cordas e falsetes histéricos e segundas-vozes executadas por um coral de anjos que estavam visitando e guitarras acrobáticas patrocinadas pela NASA e percussão poderosíssima e e e e – e aí o conjunto de coisas novas foi perdido. Então quando, em ‘Undisclosed Desires’ e na terrível ‘I Belong to You’, eles tentam reacender o R&B simples de ‘Supermassive Black Hole’, o tiro sai pela culatra. A primeira soa como algo que o Timbaland encontraria perdida na sua mesa de mixagem e a segunda é uma brincadeira sórdida com uma parte com a qual você deve tomar cuidado em que Bellamy canta em francês. E aí, quando você pensa que não pode ficar mais engraçada: um solo de clarinete. É em momentos assim que ‘The Resistance’ não é exatamente um álbum e está mais para uma reza aos deuses do progressivo caminhando lentamente pelo subconsciente de Rick Wakeman depois de uma noite cansativa brincando de ser um mago.

Falando nisso, chegou a hora de escrever sobre a ‘Exogenesis: Symphony’. Compreendendo ‘Overture’, ‘Cross Pollination’ e ‘Redemption’, no fim parece uma concessão ao invés de uma peça central dramática. Tendo assombrado a mente de Bellamy por anos a fio e lidando com nada mais, nada menos do que, você sabe, a vida na Terra ter suas raízes nas estrelas e humanos executando um êxodo planetário para popular outro mundo (obviamente), é quase insuportavelmente pretensiosa. Para ser honesto, é muito dependente dos arranjos de cordas feitos por Bellamy (uma conquista incrível, sim, mas não tão boa quanto seus trabalhos no piano e na guitarra; no entanto o próximo álbum vai ser maravilhoso) ao invés dos picos e depressões sinfônicos que o próprio trio é capaz de criar.

É sintomático do ‘The Resistance’ como um todo: conceitualmente impressionante, mas musicalmente tudo é muito familiar. E, mesmo não sendo o melhor da banda, é decente o bastante para assegurar que haverá mais álbuns – apesar dos momentos verdadeiramente únicos serem raros ou mal-guiados, resultando num disco que soa um pouco anônimo. Então na próxima vez, caras, dá pra simplesmente enlouquecer?

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A equipe mais animada, doida, faladeira e confusa que um fã clube de Muse poderia ter. Nós amamos Muse de todo o coração assim como (a maioria) dos seus fãs. A dedicação é de coração.

Comments: 3

  • john.

    11 de setembro de 2009
    reply

    concordo com 90%..parece uma review de 1 fã desapontado

  • AnaaBanana

    13 de setembro de 2009
    reply

    concordo com 90%..parece uma review de 1 fã desapontado [2]

  • Irina

    13 de setembro de 2009
    reply

    concordo com várias partes, só pra mim elas não são falar mal do Muse oO

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