Tudo sobre a banda britânica Muse formada por Matt Bellamy, Dom Howard e Chris Wolstenholme.

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Perguntas e respostas com Matt

Nosso querido Matt Bellamy deu recentemente uma entrevista para o site canadense National Post, falando sobre apresentações ao vivo, ópera e o porquê da banda ter aceitado colocar músicas suas na trilha sonora de Crepúsculo.

Confira a tradução:

Como tem sido abrir shows para o U2?
Matt: Divertido. É ótimo vê-los tocar. Eles provavelmente são a melhor banda ao vivo hoje em dia.

Você era fã deles quando mais jovem?
Matt: Meu irmão mais velho era um grande fã. Eles não são do meu tempo, na verdade. A primeira coisa que eu realmente ouvi deles foi o álbum Achtung Baby. Mas são uma boa banda, sim.

Há muitas coisas diferentes nesse novo álbum – desde uma ópera de Saint-Saëns até alguns elementos orientais e o bom e velho rock. Vocês entraram no processo de gravação tendo algum tipo de tese musical?
Matt: Não. Alguns dos planos que tínhamos eram do tipo – vamos produzi-lo nós mesmos. E trabalhar num estúdio caseiro e ver o que acontece. A cada álbum você tenta mudar algo – seja o produtor ou a locação – e espera que a fórmula mude e que saia algo bom disso.
Nós pensamos que havia a chance de fazermos música como a do nosso primeiro álbum. Ou poderíamos descobrir que podemos trabalhar de uma maneira dramaticamente diferente. O que eu acho que aconteceu foi uma combinação dessas duas coisas. De certa maneira o álbum me lembra o nosso material mais antigo, mas nós temos alguns elementos bizarros que teriam me surpreendido se eu os tivesse ouvido alguns anos atrás. Me surpreendido que eu houvesse encontrado uma maneira de incorporá-los a banda de rock – alguns desses elementos que você mencionou, a música operática ou a estilo oriente-médio.
Nós não tínhamos um produtor nos guiando. O que nós fizemos na verdade não é tão cru, não soa como um álbum que nós mesmos tenhamos produzido. A qualidade do som é boa. Essa foi a coisa com a qual eu mais me preocupei – que acabasse soando como um bando de amadores. Estou bem feliz com o resultado.

Os temas das suas letras são bem grandiosos. Que literatura influencia o que você escreve?
Matt: Em termos de ficção, eu não leio muita. 1984 (o romance de George Orwell), dá pra ouvir um pouco desse livro no álbum. Eu li muitos livros que falavam sobre políticas externas e política em geral. The Grand Chessboard, de Zbigniew Brzezinski é um livro sobre o desejo americano de obter hegemonia e dominação mundial e como eles tomam conta da Eurásia. Essas coisas estilo Dr. Fantástico. Eu amo esses pensadores loucos. Eu costumava ler muitas coisas como livros de mistério e afins. Eu sempre me interesso nas diferentes perspectivas da realidade que as pessoas tem. Não sei se necessariamente acredito nelas, mas eu as aproveito.

Exogenesis é uma mini-ópera de três partes que encerra o álbum. Ela foi criada com a intenção de ser um trio de canções ou começou como uma só, enorme e épica? Como ela foi feita?
Matt: Era uma coleção de partes de piano. Não tinha muita melodia. Era mais algo que eu tocava antes de shows para aquecer. Com o tempo, transformou-se em algo com mais estrutura e que funcionava bem. Ela estava sempre por aí, mas eu não prestava muita atenção. Alguns dos pedaços, na verdade, já existiam durante a gravação do nosso último álbum. Mas era só eu enrolando com o piano, não era algo que víamos como material.
Quando fomos fazer este álbum, eu sugeri que tentássemos fazer algo que estivesse mais no gênero clássico. E incorporar o baixo e a bateria. Dom e Chris trabalharam em partes. No final, eu coloquei guitarras na parte um e vocais na maioria delas. E isso levou ao arranjo orquestral que veio junto.
Estávamos querendo fazer algo que fosse puramente de um gênero que não fosse rock, puramente do mundo clássico, se quiser. Eu acho que acabamos com algo mais ou menos no meio – nós fundimos o trio que somos com uma orquestra.

Você consideraria escrever algo como uma ópera?
Matt: Não sei. Eu me importo com comunicar-me com a geração mais nova. Estou interessado em todos os grupos de idades, mas o show de rock é muito difícil de ser reconciliado em termos de performance de música. Eu diria que, de certa maneira, se você assistir o U2, com toda a iluminação e produção de palco, de certa maneira isso ultrapassa a ópera como forma de arte. Meu interesse seria mais em montar um show de rock de maneira que tivesse influências das teatralidades da ópera, ao invés de diminuir tudo para caber num pequeno teatro que será visto em algumas cidades por pessoas vestindo ternos.
Não sou contra a ópera, eu gosto de ópera. Eu assisto alguns espetáculos às vezes, mas tem algo levemente irritante nela.
Eu gosto bastante de musicais. O toque mais contemporâneo, onde você incorpora tecnologia. Eu não gosto da maneira como canções são escritas em musicais.
No geral, se você vier a um de nossos shows, você poderá ouvir que algumas das influências estão ali. O show que fazemos na Europa, nós o traremos para cá [América do Norte] em março ou abril do próximo ano. Ele tem aspectos bem teatrais, bem diferentes.

Então há datas na América do Norte em breve?
Matt: Sim, março, abril e maio. Várias datas no Canadá.

Falando dos seus shows, Muse usa muitas camadas e estruturas complicadas. Quando vocês estão escrevendo, vocês conversam sobre como a canção será tocada ao vivo?
Matt: Os palcos, que se relacionam com a última questão, eles têm certo impacto quando se está escrevendo, quer queira, quer não. Você sempre fica pensando – como isso será ouvido? A maior parte do nosso tempo é gasto em turnês, não em estúdios. Se fôssemos uma banda de estúdio, faríamos certo tipo de álbum, mas já que sabemos que iremos para a estrada, não dá pra evitar fazer música que tenha relevância estando num grande palco.
Usar pronomes como “nós” ao invés de “eu” – você se distancia do pessoal e começa a cantar sobre coisas maiores que isso – até a plateia inteira sentirá que é sobre eles, ou sobre nós todos juntos naquele lugar. Tem impacto. Essa é uma das maiores diferenças entre o primeiro álbum e este, eu sinto que a música que estamos fazendo faz um grande esforço para alcançar as pessoas lá no fundo da plateia. Não dá pra evitar querer comprometer-se com o público.

Você sente falta de tocar em lugares pequenos?
Matt: Eu gosto deles por razões diferentes. Quando você vai numa casa pequena, é possível que você faça um setlist completamente errado. Há certos tipo de canções que funcionam bem num lugar pequeno e outras que funcionam bem num lugar grande. Dá pra errar. Há uma música no último álbum chamada “Take A Bow”, e imagino que nesse álbum será “Eurasia”, que se você tocar numa casa muito pequena seria uma porcaria (risos). Simplesmente não funcionaria. A pretensão da faixa, os exageros dela seriam expostos.
Já se você vai para um estádio, parece perfeitamente relevante. A audácia da emoção, a instrumentação da música se encaixa muito bem.

Então, quando você escreve, você escreve para o espaço?
Matt: Eu não diria que é algo consciente. Eu notei que tem acontecido inconscientemente. Pode ser o impacto de tocar para grandes plateias por bastante tempo. Faz você pensar de maneira diferente sobre as pessoas, sobre você mesmo. Não é mais só uma experiência subjetiva e solitária.

Vocês tem uma música no novo filme da franquia Crepúsculo. Você é um fã?
Matt: Bom, eu gostava de Os Garotos Perdidos nos anos 80. Eu lembro que aquele filme tinha uma trilha sonora muito boa também. Esse filme me pareceu a versão dessa geração d’Os Garotos Perdidos. Foi, na verdade, Stephenie Meyer que abordou a banda há alguns anos, antes do filme ser famoso, quando ela estava começando a ser reconhecida. Ela veio a um show em Phoenix, no Arizona – acho que ela morava lá, ou em algum lugar por perto. Ela foi muito amigável, e nos disse que gostava da nossa música e que gostaria de usá-la nos filmes. Alguns anos depois os produtores do filme vieram falar conosco, nós dissemos ‘claro’. Eu não tinha ideia de que ele (o filme) seria tão famoso, pensei que seria um filme indie.

Você também afirmou que a banda estaria interessada em compor a canção-tema para um futuro filme do James Bond.
Matt: Sim (risos).

Você é interessado em trabalhar com músicas de filmes?
Matt: Pessoalmente, sim, eu me interessaria. Não no estilo do Muse. Escolheria um filme que a música daria certo. Me ofereceram a chance de trabalhar com o remake de Fúria de Titãs. Será música bem estranha e louca para um filme assim. Bem diferente do Muse.

Que bandas você tem ouvido?
Matt: Uma banda chamada White Lies. Eles são muito bons. The Horrors. Eu gosto bastante da Lady GaGa (risos). Ela é uma artista brilhante.

Algum dia vocês se sentiram como parte da cena do brit-pop?
Matt: Eu acho que éramos separados dela. Não crescemos numa cidade grande como Londres ou Manchester. Viemos de um lugar onde não havia nenhuma cidade de verdade ou coisa assim. As pessoas dizem que viemos de Devon. É como dizerem que viemos do Alasca, tipo um estado inteiro. Não há cidades nele que signifiquem muita coisa. A imprensa não sabia como nos encaixar. E, musicalmente, nós evoluímos de maneira diferente. Nós realmente pulamos esse negócio de brit-pop.

Como você descreveria o Muse, então?
Matt: Bem, é uma banda de rock, não é?

Fonte: National Post

Written By

A equipe mais animada, doida, faladeira e confusa que um fã clube de Muse poderia ter. Nós amamos Muse de todo o coração assim como (a maioria) dos seus fãs. A dedicação é de coração.

Comments: 5

  • AnaaBanana

    6 de outubro de 2009
    reply

    CHUUUUUUUPEM ESSA MANGA!!! Matt ama a Gaga, aham #rebola

  • Nicole

    6 de outubro de 2009
    reply

    Como assim o Matt ouve Lady Gaga? hahaha White Lies é muito legal também!
    Falando em acontecimentos recentes, espero que ele jamais ouça o torturante cover que o Fresco fez de Time Is Running Out, só as The Veronicas já está de bom tamanho.

  • AnaaBanana

    6 de outubro de 2009
    reply

    Lady Gaga e Matt fariam um casal mais bonito do que Matt e Gaia #falei
    ainda mais pq a Gaga tem só 1m55 xD HAHAHAHAHAHAH

    uma ariana bizarra e um geminiano maluco CMOFAS/

  • Mrs. Bellamy

    7 de outubro de 2009
    reply

    Imagina o Matt ouvindo “Boys Boys Boys”. OKSAPOSKAPOSKAOPSKA’

  • MieBellamy

    19 de novembro de 2010
    reply

    esse matt! rsrsrsrsrsr

    Como você descreveria o Muse, então?
    Matt: Bem, é uma banda de rock, não é?

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