Tudo sobre a banda britânica Muse formada por Matt Bellamy, Dom Howard e Chris Wolstenholme.

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[Entrevista] Ex-professora de música do Muse, Jill Bird

O jornal inglês The Guardian publicou ontem uma matéria sobre ex-professores de alunos que ficaram famosos, e o Muse está no meio. A professora Jill Bird falou com eles e contou detalhes do início da banda, confira a tradução:

“Muse? Eu os conheci quando eles se chamavam Gothic Plague”

Nome: Jill Bird

Profissão: Professora de música, trabalhou no colégio comunitário de Teignmouth, Devon

Pupilos: Entre 1990 e 1994, Matt Bellamy, Dom Howard e Chris Wolstenholme

“Quando eu comecei em Teighnmouth no verão de 1990, Matt e Dom já estavam estudando lá há seis meses. Eu lembro de ter ouvido o Matt tocar guitarra num show de fim de semestre e pensado: “Diabos, ele só tem 12 anos!”. Ele tocava como um adulto. Lá pelo nono ano, o Chris juntou-se ao Matt e ao Dom na banda deles. Teve uma época que eles se chamavam Gothic Plague. Os outros jovens só tocavam pra se divertir, mas eles eram tão comprometidos, tão determinados, tão prontos.”

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Nós não tínhamos muito dinheiro na escola. Era horrível: um baixo funcionando, se tivéssemos sorte; um tocador de fita cassete minúsculo; uma bateria ruim; nenhuma sala decente. Mas eles não se importavam. Eles só diziam: “Professora, podemos ensaiar? Podemos ensaiar?”. Por sorte, o departamento de música era um prédio a uns 200 metros da escola, então eles podiam fazer tanto barulho quanto quisessem. Essa foi uma daquelas estranhas viradas do destino que mudaram as coisas pra eles.

O Matt e o Dom estavam numa turma incrivelmente criativa. Eles alimentavam-se uns dos outros. Você só consegue algo assim uma ou duas vezes na sua vida. Com uma turma normal, se eu colocasse para tocar algo que não fosse heavy metal, eles reclamariam. Com eles, eu colocava Chopin ou Steve Reich e eles gostavam. Havia um oboísta clássico na turma também; tudo ajudava para uma atmosfera muito receptiva. Eu ainda ouço essa receptividade na música do Muse. Eu sempre penso em quão diferente as coisas teriam sido se eles tivessem vindo num outro ano. O fato de que eles tinham de ir até Exeter para ver shows também foi importante: não havia nada local, então eles tinham de inventar o seu próprio entretenimento.

Porém, os garotos nunca estavam satisfeitos com as suas composições. A maioria dos jovens de 14 ou 15 anos escrevem e pensam: “Graças a Deus conseguimos”. Mas não eles; eles sempre queriam melhorar, principalmente o Chris. O que ele fazia com o baixo dele 16 anos atrás já quebrava barreiras. Eu o dava as notas máximas e dizia: “Chris, isso aqui já é brilhante. Eu não posso te dar uma nota maior”. E ele respondia: “Mas não tá certo”. Ter tanta força de vontade assim nessa idade era extraordinário.

Eu guardei dinheiro para um gravador multitrack. Era para a escola – mas, no fundo, era para eles, porque eu sabia que o equipamento que tínhamos os limitava. Eu sei que não deveria, mas eu deixava-os levarem o gravador para casa nos fins de semana. Eu também não sabia bem como ele funcionava, então nós aprendíamos juntos. Esse encorajamento é muito importante para os jovens, e eu ainda vejo isso hoje em dia na Saturday Music School, em Totnes, onde eu leciono. Esse tipo de coisa lhes garante alegria, algo para batalhar por.

Ver os garotos tornarem-se uma banda tão famosa foi muito emocionante, especialmente quando eles voltaram para os shows em Teignmouth ano passado. Eu fui uma das primeiras pessoas a comprar ingressos, mas os garotos entraram em contato e disseram que tinham algo reservado para mim. Na cidade, naquela noite, eu vi vários jovens para os quais eu havia dado aula, mas não via há 10 anos. Eles diziam “Isso não é demais, professora? Não é demais?”. Era e ainda é.

Fonte: The Guardian

Written By

Drone Master, mandante do crime, designer, programadora, amante de Muse mais do que a mãe (mentira, até porque a mãe ama Muse também) e também de Arctic Monkeys. Rondam-se boatos de que ela não seja Homo sapiens e sim Canis lupus.

Comments: 8

  • john

    26 de abril de 2010
    reply

    Emocionei..Chris menina de ouro style

  • AnaaBanana

    26 de abril de 2010
    reply

    nossa, que lindo ;____;
    Chris menina de ouro style [2]

  • Yasmim

    26 de abril de 2010
    reply

    Momento ternura.Lágrimas e mais lágrimas!
    Historinha q dá filme né?Lindoooo!!

  • mems

    26 de abril de 2010
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    ai, que lindo! arrepiei, até escorreu uma lagriminha ._.
    Isso sim que é história de superação, chamem aí o clint eastwood pra dirigir o filme deles.
    (quero só ver o que minha professora vai falar de mim quando eu for famosa…not).

  • ana castro

    26 de abril de 2010
    reply

    eu chorei muito quando li hoje de manhã… e vocês traduziram, que lindos… ooooooownnn <3

  • Cris_of_Cydonia

    26 de abril de 2010
    reply

    Owww… Chorei ;-; Mas acho legal ver esse tipo de coisa… quer dizer… eles não são o que são hoje à toa! Eles batalharam, se esforçaram, mesmo com todo talento “natural” que eles já tem! Estão sempre tentando se superar, e quem ganha com isso somos nós o/

  • Nicole

    30 de abril de 2010
    reply

    que lindo! eles realmente são diferenciados! hoje em dia os professores mal remunerados estão pouco ligando para os seus alunos no colégio, imagine na faculdade.
    deu pra perceber que o estímulo dessa professora tem uma parcela no sucesso da banda hoje.

  • dannyy

    13 de maio de 2010
    reply

    não esperava coisa diferente do MUSE, eles amam o que fazem então sempre se esforçaram pelo que achavam válido.

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