Tudo sobre a banda britânica Muse formada por Matt Bellamy, Dom Howard e Chris Wolstenholme.

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Dom na capa da Rhythm

A edição de junho da revista Rhythm traz como matéria de capa o querido baterista Dom Howard. Confira aqui os scans e abaixo, a tradução.

Vocês decidiram produzir o último cd, “The Resistance”, sozinhos. Isso foi sentido como um grande passo para a banda?

Em todo álbum, sentimos que demos um grande salto em relação ao anterior, para ser sincero. Não podemos lançar nada a não ser que estejamos conscientes de que nos esforçamos e fizemos coisas melhores do que no passado. Com esse foi diferente, entretanto. Foi um enorme desafio produzir o álbum sozinhos e nós três nos sentimos realizados por ter feito isso.

Como surgiu a idéia de assumir o posto de produtores?

Durante a gravação de Black Holes and Revelations, realmente aprendemos muito sobre técnicas de produção. Ganhamos muita experiência e isso nos deixou numa boa posição para trabalhar em “The Resistance” sozinhos.

Nós tínhamos o estúdio – que fica num belo lugar na Itália, onde Matt vive – por um tempo, então no caso tínhamos um lugar para gravar e para manter a privacidade. Só pensamos: “por que não?”. Começamos a gravar demos e a idéia de se tornarem o álbum amadureceu. Escolhemos Adrian Bushby para engenheiro de som e para tomar conta das coisas realmente técnicas e desenvolvemos as demos para chegar ao resultado final.

Vocês gostaram de trabalhar por conta própria? Houve algum aspecto negativo?

Nós amamos. Para começar, o estúdio é um lugar adorável, então não é difícil ter bons momentos. Além disso, tivemos muita liberdade para explorar e expressar idéias. Não apressamos o processo criativo, levou um tempo para compor. E conforme as peças foram se juntando, surgiu um brilho em nossos olhos. Realmente nos divertimos fazendo esse álbum, provavelmente mais do que em qualquer outro. A única coisa de que estávamos cientes era que não deveríamos demorar, em se tratando de gravar mesmo as músicas. E que sem ajuda de fora e disciplina, poderíamos nos enrolar todos com as idéias e sons.

Vocês planejaram como “The Resistance” deveria soar antes de começar, de fato, a trabalhar nas faixas?

Começamos pensando que deveríamos fazer algo mais simples e cru. Terminamos não gostando disso, então com o passar do tempo, nos aprofundamos mais e mais para fazer um cd mais produzido e complexo. Optamos por um caminho mais experimental com muitas faixas, mas no geral, trabalhamos cada música individualmente. Cada uma tem sua própria personalidade e meio que as deixamos seguir seu próprio caminho, em termos de arranjo e produção.

O álbum certamente nos leva a uma grande variedade de gêneros musicais; há o rock bombástico, envolvente, uma balada épica, uma sinfonia de três partes e até mesmo uma faixa com influências r’n’b. Somente o Queen realmente conseguiu vender bilhões de álbuns com esse tipo de trabalho, no passado…

Bem, eu, pelo menos, sempre fui um grande fã de Queen. Eles são um exemplo perfeito de banda que consegue trabalhar com uma incrível variedade de estilos musicais em um só álbum. Eles tinham aquela influência clássica, que adicionou um toque épico a algumas faixas, mas também exerceu um impacto sobre as aspirações da banda, eu acho. O Queen estava pensando em larga escala e isso incluiu não se limitar a ser uma banda simples. Pegue um álbum como o “A Night At The Opera” – você tem as músicas “You’re My Best Friend”, “Bohemian Rhapsody” e “Seaside Rendezvous” uma em seguida da outra. Ser corajoso o suficiente e ser bom o suficiente para fazer isso é incrível e uma grande fonte de inspiração.

Qualquer relação entre Queen e Muse tem que ultrapassar o limite musical e alcançar aquele sentido de aspiração. Vocês nunca foram aquela banda limitada, não é?

Não, nós sempre quisemos ser uma grande banda e eu não vejo nada de errado nisso. Como banda, nós absorvemos muitas influências e muita coisa entra subconscientemente. E eu não quero dizer só musicalmente – pessoas que conhecemos, lugares que frequentamos, coisas que fazemos, tudo isso nos molda e tem efeito sobre a música que fazemos. E essas influências também afetam nosso modo de pensar e nossos objetivos.

E quanto à bateria nas músicas de “The Resistance”? Quais eram seus planos enquanto as músicas eram feitas?

Eu realmente não tinha idéias pré-concebidas sobre como queria que o álbum fosse, em termos de bateria. Acho que no fundo, desejava que fosse algo natural e espontâneo e que combinasse com o que Matt e Chris estavam fazendo.

No passado, trabalhamos com o produtor Rich Costey e, claro, foi ótimo. Ele tem opiniões precisas sobre as coisas, o que foi muito útil para a gente, e tocou algumas coisas para ilustrar o caminho que deveríamos seguir. Não tivemos esse tipo de informação dessa vez, então tínhamos que estar sempre em sincronia com o que as músicas precisavam.

Com um álbum vasto como este, estava sempre claro onde a bateria deveria entrar ou foi necessário experimentar várias coisas e acabar em becos sem saída?

Aconteceu dos dois jeitos. Com “United States of Eurasia”, estava bastante óbvio o que deveria acontecer com a bateria. Com outras, às vezes você pode tentar coisas durante semanas e não conseguir acertar, o que aconteceu com “Undisclosed Desires”. Na verdade, até a colocamos de lado por um tempo.

Qual é a história dessa música? É um destaque no álbum, principalmente pelo jeito que ela soa…

Matt veio com a parte principal e estava bem animado. Nós olhamos uns para os outros e pensamos: “Ok, o que faremos com essa?”. Ficou claro que deveria ser uma coisa bem simples e limpa. Tentamos só com os instrumentos ao vivo e não deu certo, mas assim que inserimos alguns loops de bateria, ganhou vida. No final, tornou-se essa faixa totalmente programada e muito hip-hop. Foi uma experiência nova para mim, programar batidas como aquelas em estúdio, embora já tivéssemos trabalhado um pouco com isso em “Supermassive Black Hole”.

Com a imensa gama de sons que surgem em um típico álbum do Muse, você pensa em como vai traduzir algo do estúdio para o palco?

Não costumamos pensar em como iremos levar algo para os palcos, enquanto estamos compondo. Há sempre um jeito de tocar ao vivo. E de qualquer forma, as coisas tendem a mudar, para adaptar de acordo com o que queremos para a turnê, então não nos restringimos. “Undisclosed Desires” já está mudando, por exemplo – estamos tocando de modo diferente do que aparece no álbum e temos certeza de que isso irá acontecer com muitas das músicas do novo cd.

Falando em palco, esse é o primeiro tour em que as pessoas poderão te ver usando um kit DW bem legal. Qual é a história dele e por que você trocou a Tama por ele?

Na verdade, eu tenho esse kit DW há um bom tempo, comprei um há cerca de 10 anos. Eu o usei no estúdio dessa vez, quando estávamos apenas brincando com novas idéias. Eu tinha alguns kits no estúdio, incluindo o Perspex da turnê passada, e não achava que qualquer outro poderia superar o som daquele kit. Mas assim que comecei a usar o DW, o som foi incrível e eu pude me lembrar porque eu o comprei. O Perspex era ótimo para a turnê, brilhante, mas o DW tem um grande alcance de tons.

É o DW que nós ouvimos exclusivamente no álbum?

É. No álbum passado, eu usei um kit meio híbrido, feito de baterias aleatórias. Para esse álbum, entretanto, é só o DW e uma caixa Ludwig 402 aqui e ali. Nós tínhamos que ser bem decididos sobre os equipamentos que iríamos usar, senão teríamos enrolado por semanas. Então rapidamente eu coloquei todo o resto de lado e decidi por esse kit. Conforme fomos progredindo, eu decidi que queria levar a bateria junto para as turnês. Eu tenho mais uns dois kits DW para usar na turnê e estou gostando muito. A Tama foi ótima pra mim e a usei durante oito anos, mas o novo kit é fenomenal.

Quando se trata de arranjo e tocar ao vivo, como funciona a dinâmica em grupo?

Eu ensaio bastante com Chris, mas não é o caso de sempre tocarmos coisas muito similares quanto ao ritmo. Uma grande parte do tempo nós passamos tocando partes que são diferentes, mas complementares quando você ouve as duas juntas. Eu acho que isso tem a ver com o fato de formarmos um trio, se fizéssemos coisas muito harmônicas, a grandeza do som que queremos no palco se perderia.

Chris faz um som pesado. Ele tem três canais de diferentes tons de baixo ao mesmo tempo, então é uma ótima base para a gente. E obviamente Matt produz uma grande variedade de tons, então nós podemos soar tão grande quanto quisermos.

Vocês alcançaram um alto nível como banda e você, como baterista. Como você vê o seu modo de tocar se desenvolvendo com o tempo?

Ser músico envolve uma grande evolução e eu sempre procuro expandir minhas habilidades, em particular em relação a me sentir confortável no palco. É algo sobre o que Andy Burrows (ex-baterista do Razorlight) e eu conversamos no passado, o quanto você se sente tenso no palco e como você se sente diferente quando sobe lá. É totalmente o oposto de quando você está ensaiando no estúdio. Há definitivamente uma psicologia estranha por trás disso.

Acho que nós nunca iremos parar de aprender, há muita coisa que gostaríamos de fazer. São as coisas que não fizemos ainda que nos fazem continuar.

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A equipe mais animada, doida, faladeira e confusa que um fã clube de Muse poderia ter. Nós amamos Muse de todo o coração assim como (a maioria) dos seus fãs. A dedicação é de coração.

Comments: 5

  • Talita

    27 de maio de 2010
    reply

    aeae mems, parabéns pela tradução, imagino que tenha sido tensa ._.

  • j

    27 de maio de 2010
    reply

    n paro de rir da cara do Dom na capa xD

    • LosovoiMuse

      28 de maio de 2010
      reply

      Kkk’ eu também não! É tipo uma cara de “Xi o Matt fez merda” ou coisa do tipo..

  • li

    28 de maio de 2010
    reply

    Reamlemte essa foto do Dom na capa é mt engraçada…

  • Lari Bells

    30 de março de 2011
    reply

    Dom ta simplesmente foda. <3

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