Dez razões para assistir o Muse

O site britânico The List, cujo lema é anunciar eventos culturais que vão acontecer e dar aos seus leitores informações sobre tais, acabou de publicar alguns motivos para se assistir à apresentação do Muse no T in the Park. Confira:

1. Eles não tocam devagar, eles tocam de maneira épica
   Enquanto Snow Patrol e Coldplay continuam a fazer música para chorar, o Muse tem evitado introspecções sombrias em favor de ostentar sua magnificência. E seus fãs o amam por isso. Através de cinco álbuns onde eles aperfeiçoaram uma muito popular mistura de hyper-rock espaçado que é meio metal, meio ópera e todo o excesso do rock com guitarras guinchando – é como Slayer e Queen presos num ciclo para a eternidade.
2. Matt Bellamy é um gênio do mal
   Desde a formação da banda na sonolenta Teignmouth, em Devon, Matt Bellamy tem sido o arquiteto dessa insanidade, compondo todas as reflexões do Muse sobre o caos do universo e a proximidade do apocalipse. Há algumas acusações de que ele é meio desequilibrado.  “Isso acontece o tempo todo. Você diz coisas como: ‘os alienígenas estão descendo para nos pegar desprevenidos,’ de brincadeira obviamente, mas eu fico retratado como uma espécie de deficiente mental,” ele ri. “É muito engraçado ler algumas dessas citações. ‘Eu realmente falei isso?'”
3. Não é tão pretensioso quanto decente
   O Black Holes and Revelations, de 2006, provou que dá para manter o esquisito e o pesado em equilíbrio. “Nós estávamos só procurando uma forma diferente de tocar pesadamente, sendo um pouco malucos – usando insanidade para sermos pesados ao invés da típica ideia de se ser pesado usando um riff elaborado,” explica o baterista Dominic Howard. “Tentando encontrar um novo tipo de som que faz você só ter vontade de quebrar o seu quarto.”
   “Quanto mais fazemos algum tipo de som conceituado como pretensioso, mais queremos equilibrá-lo fazendo um rock decente,” acrescenta Bellamy, “que não exige nenhum pensamento profundo [e faz] com que você queira rolar alucinadamente no chão.”
4. Eles estão em boa forma
   Esta pode ser a primeira vez que eles entram como atração principal no T (sua última vez foi em 2004, como atração principal do NME Stage), mas eles também são atração principal do Glastonbury, pela segunda vez este ano, e já esgotaram as duas noites do Wembley Stadium em Setembro. Isto é, depois de ter apoiado o U2 em sua incomensurável turnê 360º e ter sido atração principal no mais fino festival americano, o Coachella, em abril. Para dizer que eles sabem como se portar para a ocasião é só uma questão de entendimento.
5. É a vida, Jim, mas não como a conhecemos
   Agora, em um tema apocalíptico de ataque alienígena, a banda introduziu um grande objeto de ficção científica em suas apresentações ao vivo.  Seu atual OVNI é tão grande que realmente bloqueou o sinal do satélite da MTV do festival alemão Rock am Ring deste ano. “Há uma regra que todo dinheiro que você recebe para fazer um show, você coloca de volta no show,” diz Bellamy. “E você tenta e mantém isto de qualquer forma por teatros e arenas, até os festivais. Temos que compensar de alguma forma por sermos apenas um trio.”
6. Eles sabem que a revolução está chegando
   “Só porque você é paranóico, não significa que eles não estão atrás de você”, cantou Kurt Cobain em “Territorial Pissing”, do Nirvana. É uma lição que Matt Bellamy aprendeu bem. “Eu gosto da ideia de que as pessoas vão se levantar e criar uma revolução. É uma espécie de sonho que espero que venha a acontecer, caso contrário, vamos todos acabar num George Orwell, [sociedade] Big Brother, com as pessoas sendo tratadas feito gado.”
   “Eu estava na Noruega outro dia e estávamos numa fila por mais ou menos uma hora e alguém surgiu, teve sua retina escaneada e foi embora. E eu pensei ‘p*rra, isso já está acontecendo.’ Existem cartões de identidade na Itália que tem seu histórico médico, e antes que você saiba nós teremos cartões com nosso histórico financeiro [neles], e entrevistas de emprego serão apenas o roubo de um cartão. Acho que isso vai continuar nessa direção em que você não pode se mexer ou respirar ou fazer qualquer coisa de extraordinária sem ser carimbado. Eu gosto da idéia de pessoas acordando para esse fato e tentando levar as coisas para outra direção.
7. Eles são perturbados por fungos
   “Eu penso que Origin of Symmetry [2001] foi uma das gravações que foi por água abaixo, principalmente porque era época de cogumelo na hora, e eles foram crescendo em todos os campos em volta do estúdio, por isso houve um pequeno desvio,” diz Bellamy sobre a gravação de seu segundo álbum. Cogumelos não são as únicas forças naturais que os influenciam.
   “Depois de seis ou sete semanas de gravação de Black Holes and Revelations, a cabine foi arrombada e as coisas começaram a ir mais devagar,” lembra o baixista Chris Wolstenholme.
   “Toda noite uns três ou quatro morcegos voavam pela janela. Fiquei assustado na primeira vez que entraram, mas depois de quatro ou cinco dias tornaram-se surpreendentemente confortáveis. Você está gravando e tem vários desses morcegos circulando. Eles se tornaram nossos amigos.”
8. Eles trazem sua própria comitiva de celebridades
   Por mais estranho que pareça, estão sendo espalhados boatos de Matt Bellamy estar namorando a atriz Kate Hudson, depois que o par passou um fim de semana juntos em Paris, em meados de junho. Não que a lista se preocupe muito com a confraternização no Showbiz, mas se você quiser sustentar a fama como um bom rockstar, você realmente precisa de uma bela e talentosa atriz de Hollywood em seus braços. Bellamy pode assinalar na sua lista rock’n’roll: gel de cabelo, voz alta, namorada famosa…
9. Se o fim do mundo chegou, eles proporcionam a música de saída
   Quando guerras nucleares / a próxima era glacial / a ameaça do terrorismo global traz o mundo a seus pés, nós sabemos o que Obama terá em seu iPod. “Faixas como ‘Apocalypse Please’ (de Absolution) falam sobre o fanatismo religioso misturado com ações militares, causando o apocalipse,” explica Bellamy. “Há momentos de pânico quando você acredita que algo assim pode ser verdade, mas muitas vezes isso fica oprimido e é deixado de lado porque não é aceitável para a vida cotidiana. Quer dizer que você não pode ir no bar com seus amigos, ‘m*rda- o mundo está prestes a acabar.’ As coisas que não acontecem na vida cotidiana, saem através da música.”
10. “Knights of Cydonia”
    Acabamos com a faixa mais alucinante do Muse, uma mistura de Ennio Morricone e hard rock sci-fi psicose. “É uma combinação de Matrix e um filme do Clint Eastwood, uma espécie de velho oeste e em Marte… com lasers e guerra intergaláctica,” diz Bellamy.
    “A primeira vez que eu ouvi o arranjo, estava no ônibus da turnê nos Estados Unidos,” acrescenta Howard. “Nós estávamos no meio do Arizona. Ouvir música e ver o deserto, eu imediatamente liguei o visual e o som: um grupo de cavaleiros montados em cavalos, atacando Marte”. Não diga que eles não tem imaginação.

Fonte: The List.