Tudo sobre a banda britânica Muse formada por Matt Bellamy, Dom Howard e Chris Wolstenholme.

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[Kerrang! 2001] Sexo, rapazes e videotape"

Quando eu penso sobre como eu era na escola, parece que eu não estava realmente lá, como se meu corpo estivesse fazendo aquilo, mas minha mente estivesse em outro lugar. Mas, de repente, eu me sinto como se tivesse ganhado foco, como se eu conseguisse ver as coisas pela primeira vez. É muito estranho. Eu me sinto… recém-nascido.


Matt Bellamy relata esses estranhos pensamentos no espaçoso lounge do ônibus da turnê, enquanto brinca de enfiar uma caneta de ouro no nariz. Com qualquer outro cantor, isso pareceria uma afetação de quem quer atenção; com Bellamy, no entanto, é mais uma indicação de seu estado de espírito de quem está “no topo do mundo” e não está nem aí. No minuto em que você conhece Bellamy e seus colegas de banda Dom Howard e Chris Wolstenholme, fica claro o inabalável senso de autoconfiança que vem com a ciência de que você está no topo de seu jogo. Seu segundo álbum ‘Origin of Symmetry’ é o mais aclamado álbum de rock Britânico do ano.

E, como as bandas Americanas costumam dizer, as coisas estão “boas” para Muse agora. Seu segundo álbum ‘Origin of Symmetry’, é o álbum de rock britânico mais aclamado do ano. O baixista Wolstenholme acaba de ficar sabendo que será pai pela segunda vez em breve. E, no momento, eles estão no meio de sua mais bem-sucedida, e divertida, turnê européia até hoje. Na verdade, a turnê tem estado tão divertida que, um amigo da banda, que era para ter vindo apenas para uns dois shows, se “esqueceu” de voltar para seu antigo emprego como editor de livros infantis e imediatamente recebeu o recado de que não precisava voltar mais.

Enquanto a maioria de seus companheiros britânicos é desconhecida na Europa continental, Muse esta atualmente esgotando ingressos em lugares com capacidade para 2.500 pessoas de um lado a outro do continente. O fato de que Feeder os tem acompanhado nessa turnê – uma banda cujo último álbum entrou na lista dos cinco mais vendidos – te dá uma indicação do status do trio de Devon.

Hoje, a sexta das seis datas na Escandinávia, encontra Muse na linda, linda Copenhagen, casa do mundialmente famoso Tivoli Garden e da melhor lager do mundo. O baterista Dominic Howard está lá embaixo fazendo pipoca de micro-ondas quando nossa entrevista começa. Em cima, no lounge de trás, eu comento com Bellamy e Wolstenholme como a casa deles é organizada e limpinha.

“Isso é porque essa é a primeira vez que não dividimos com nossa equipe”, responde Bellamy.

E como tem sido isso?

“Ótimo.”

Bellamy sorri, com um notável cintilar nos olhos.

“Especialmente quando se trata de hóspedes.”

E como vão os hóspedes?

“Isso você vai ter que perguntar para o Dom”, Matt sorri ironicamente. “Ele vai negar, é claro, mas eu tenho uma gravação de vídeo para provar. Eu passei o vídeo para ele outro dia e ele nem reconheceu o próprio pênis. Ele achou que era eu. Eu me senti insultado, na verdade. Ahãm… Não, de verdade, uma noite depois de uma festa eu voltei para o camarim e estava tudo escuro. Eu ouvi uns barulhos esquisitos num canto, daí eu saí e peguei uma câmera com visão noturna. Eu voltei e peguei os últimos 10 segundos, bem na hora que ele…”

Há algumas coisas na vida que eu nunca achei que veria: a queda do Muro de Berlim, o fim da violência na Irlanda do Norte, ou um deputado a Primeiro Ministro britânico socando um homem com um mullet, por exemplo. E lá no alto da escala está a visão de Bellamy, encenando entusiasticamente, atos sexuais com uma garota.

“Eu filmei o dinheiro”, ele conta. “Você acredita?”

Antes que eu possa responder, Dom entra, parecendo perplexo com as gargalhadas por todo o ônibus.

“O que está acontecendo aqui?”ele pergunta, com um olhar de inocência em seu rosto.

Francamente, eu venho me perguntando a mesma coisa.

Voltando três horas no tempo. Bellamy, Wolstenholme e Howard estão brincando no sol, tirando sarro um do outro, enquanto eles brincam com as pedras na superfície da água. Nós estamos em Christiania, uma antiga base militar numa ilha no centro de Copenhagen, que é o lar de uma diversidade de cidadãos dinamarqueses – punks anarquistas, hippies maconheiros, radicais de esquerda. A placa à entrada da base diz “Você está agora saindo da Comunidade Européia”. Uma vez lá dentro, nos vemos de cara com o que parece ser uma versão em graffiti meio distorcida do Camden Market com tendas vendendo jóias, camisetas tie-dye e narguilés. No entanto, tem um diferente: depois de sermos abordados por um jovem desalinhado que nos disse que fotografias são proibidas em certas partes da base, nós notamos que em algumas tendas está vendendo uma variedade desconcertante de drogas. Quer comprar drogas em Copenhagen? Esse é o lugar!

“Nós já estivemos em Copenhagen antes, mas nunca tivemos tempo de vir aqui”, diz Dom,enquanto seus colegas andam pelas tendas para comprar um pouco de renomado cogumelo mágico da cidade. “Tem uma vibe legal!”

Hoje é aparentemente um dia típico para Muse nessa turnê em particular. A banda não está excessivamente sobrecarregada com atividades promocionais, e conseqüentemente tem mais tempo para visitar os lugares por onde passam. O Coliseu em Roma é a dica deles para quem procura um lugar legal prá ver – embora isso talvez seja porque eles têm assistido “Gladiador” todas as noites no ônibus da turnê. Isso também ajuda a explicar as imitações que Matt Bellamy tem feito de Oliver Reed a tarde inteira.

É bem difícil entender Matt Bellamy. Você acha que conversar com jornalistas não está lá no alto da lista de suas atividades favoritas, mas ele é educado e cortês, sem ser extremamente zeloso. Ele é claramente um cara inteligente, mas então ele faz comentários como “Qualquer homem que não queira pegar um monte de mulheres não é um homem de verdade” sem nenhum traço de ironia. Ele mesmo admite que ele pode ser um “chato mal-humorado”, mas hoje parece que está tendo um prazer infantil em tudo que vê.

Enquanto caminhamos por Chriscania, eu menciono ao cantor que alguém que eu conheço diz que os amigos de Matt acham que o sucesso o fez mudar, alegando que o cantor trocou seu endereço de e-mail e não atende telefonemas dos amigos antigos agora.

“Eu só tive uns poucos bons amigos, e a maioria deles está nessa turnê agora”, Matt diz com uma expressão estupefata. “Eu realmente mudei meu endereço de e-mail, mas isso foi porque tinha gente escrevendo para mim dizendo que ia se matar se eu não fosse prá cama com elas. Eu também mudei o número do meu telefone… Ou melhor, eu joguei meu celular fora porque eu recebi uma conta de £1.800 um mês, pois eu estava atendendo telefonemas de estranhos em países estrangeiros. Eu joguei o aparelho na água e liguei para a Vodafone e disse “Enfia no *#%#”.

Correndo o risco de receber a mesma resposta, eu perguntei à Matt sobre os comentários do Kelly Jones, do Stereophonics, que disse algo como “aquele cara é um babaca – ele devia fazer mais sexo”.

“É, eu tenho feito mais sexo”, Matt ri sardonicamente. “Eu queria poder fazer tanto sexo quanto Kelly Jones. Ele é tão legal. Na verdade, nós fizemos alguns shows com eles e ele foi um cara legal. Eu não sei o que fiz para ofendê-lo. Mas não estou perdendo meu sono por causa disso.”

O lugar do show dessa noite, o Pumpehust, é um espetáculo a ser visto. Decorado com cactos, balões brancos gigantes e muitas flores. Apropriadamente, a banda faz o sound-check usando enormes sombreros. Chris está tocando “Say It Ain’t So” do Weezer numa guitarra acústica, enquanto Matt anda de um lado a outro do lugar tocando o riff de “Killing In The Name Of”, do Rage Against the Machine. A banda tem uma entrevista de TV agendada para logo mais, então vamos embora.

Depois de uma sessão em frente às câmeras, Matt ainda está num humor travesso. No ônibus ele fala sobre nadar pelado na Itália, consumir drogas em Amsterdam ele não é nada além do jovem intenso que esperamos que ele fosse. Quando eu menciono isso, ele dá de ombros e diz:

“Nossa música é tão intensa que precisamos balancear isso tocando mais”, e note que “às vezes só é mais fácil ser bi-dimensional”.

Apesar da franqueza do cantor, claramente há histórias dessa turnê que não temos permissão para ouvir. Às vezes parece que Bellamy está prestes a contar alguma fofoca das boas, apenas para depois morder a língua quando seus colegas o fuzilam com o olhar. Por exemplo, quando o assunto sobre a socialização com o Feeder surge, Bellamy gagueja:

“Eles são uns caras legais; nós nos demos bem com eles. Éééé… melhor deixar prá lá. Ou não. Não, é melhor deixar prá lá mesmo.”

A banda está notavelmente menos recatada quando eu pergunto sobre suas matinês pós-show.

“É, nós tentamos colocar a maior quantidade possível de mulheres no chuveiro, então filmar e depois colocar aqui”, Dom diz, dando um tapinha na TV atrás dele.

“Mas essa noite provavelmente será calma” diz Bellamy inexpressivamente. “Nós tomaremos uma tacinha de vinho e falaremos sobre como podemos melhorar o nosso show”

Se isso é calmo, eu odiaria ver as portas do inferno se abrindo. A bordo do ônibus da turnê de Muse, depois de um show muito bem recebido, as coisas estão qualquer coisa, menos calmas. Rage Against the Machine está tocando em volume ensurdecedor no rádio, tequila e cogumelos mágicos estão passando de mão em mão e à vista de todos os ocupantes do ônibus, uma garota dinamarquesa está sentada no toalete com a calcinha nos tornozelos. No andar de cima, seis das garotas mais atraentes que eu já vi estão em volta de vários membros na banda e da equipe.

Nós sabíamos que isso ia ficar demais quando nós ouvimos a conversa de um dos membros da equipe falando mais cedo com três lindas Islandesas que essa noite haveria uma competição para ver quem conseguia fazer o ato mais escandaloso em vídeo. Mas isso? Chris, o “bartender” da banda, mistura Vodka, tequila e cereja, enquanto Matt começa a se familiarizar com duas – são duas – novas amigas. Os casais começam a se recolher e Dom pega uma câmera, se vira pra mim e me faz jurar que eu ‘não estou vendo absolutamente nada’, sugerindo que se eu imprimir algo que mostre a banda numa luz não muito boa, eles processarão.

Eu adoraria contar a vocês todos os detalhes sórdidos. Gostaria mesmo. Mas as coisas estão começando a esquentar no lounge, eu peço desculpas com a cara vermelha de vergonha. Quando chega ao ponto onde as mãos começam a desaparecer debaixo das saias é uma boa indicação de que minha presença não é mais necessária. Tudo o que eu digo é que se você alguma vez cruzar com algum vídeo intitulado “Muse em Copenhagen”, ele fará o vídeo da Pamela com o Tommy parecer um videozinho de programa de TV editado.

Antes de eu sair, Matt se desengata de suas companheiras Islandesas e se aproxima com um sorriso.

“Parece que agora é a nossa vez” ele sorri. “Não é sobre o quão bem estamos nos saindo com a banda ou qualquer coisa. Mas só parece que o que quer que façamos com nossas vidas, esse será a melhor parte de todas. E seria estupidez não aproveitar.”

Matt olha para as pessoas em volta dele e sorri com um leve traço de culpa.

“Err… seja bonzinho conosco, hein?”, ele ri. “Isso é apenas… diversão.”

Comments: 12

  • musemaniac14

    14 de novembro de 2010
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    E eu que pensava que o Guns era sacana, sinceramente, hilariante, Kelly Jones tomou no *#%#”, agora onde está o Stereophonics nisso, eles são bons, mas Muse se sobressaiu, o Matt realmente sabe como fazer uma entrevista ser melhor do que qualquer coisa, SHOW D++++…

  • dannyy

    14 de novembro de 2010
    reply

    Antes de tudo, MUITO OBRIGADA CRIS!!! Nem preciso dizer o quanto eu amo as entrevistas da época do Origin, aliás, eu amo tudo da época do Origin! O Chris ainda tava no 2º filho, o Matt com essa cara de certinho fez coisas que até ele duvida, e o Dom… bem, esse não mudou muito não. O amigo desempregado do começo da entrevista deve ser o Tom. Se em uma entrevista eles conseguiram passar tudo isso, imagino como deve ter sido a turnê toda! Isso vai soar mei lésbica mas CRIS EU TE AMO!!! Pode postar mais dessas sempre!

    • musemaniac14

      14 de novembro de 2010
      reply

      somos 2, + sobre o melhor album de todos, muito+++…

    • Cris_of_Cydonia

      14 de novembro de 2010
      reply

      Hehe =D De nada! Eu também adoro essas entrevistas da época do Origin!

  • sum_bellamy

    15 de novembro de 2010
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    AMO entrevistas da épocas que eles eram mais… selvagens e sexistas.

    • Izaa.

      15 de novembro de 2010
      reply

      +1!!!! São óótimaas!

  • Maria Luiza

    15 de novembro de 2010
    reply

    ” Companheiras Islandesas ” Suspeito viu

  • MieBellamy

    16 de novembro de 2010
    reply

    Colocando caneta no nariz!!! que isoo!

  • Coltsfan

    16 de novembro de 2010
    reply

    haha

    seguindo a série de entrevistas fodásticas! 🙂

  • Maria Luiza

    17 de novembro de 2010
    reply

    aaaai Muse é foda né

  • Louise

    19 de novembro de 2010
    reply

    Gente, eu amo muito essas entrevistas antigas.

  • locapelobellamy

    15 de setembro de 2011
    reply

    amo essas entrevistas,Chris seu taradão owieoweiwie, Maaatt me pega *o*

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