A tecnologia por trás dos vídeos 360º do Muse

Todo mundo já estava familiarizado com os recursos e efeitos para dar aquele interessante efeito 360º em fotos. O Google Street View é um exemplo bem comum… Mas você imaginava ver isso em vídeo?

Como se já não bastasse a performance incrível que a banda tem no palco, ontem o Muse nos surpreendeu muito com a exibição de Uprising e Citizen Erased em 360º como um presente de Natal. Já sabíamos que esta turnê contava com um palco repleto de novidades e tecnologia – que virou até capa de revista -, então já era de se esperar que a banda realizasse tamanha façanha.

Resolvemos bancar os espiões e, depois de “fritar” muito o cérebro, pesquisar e estudar esses vídeos, temos um palpite sobre como tudo se tornou possível. Confiram:

A tecnologia por trás dos vídeos 360º do Muse

A princípio, eu só conhecia o famoso Google Street View como ferramenta para visualizar fotos em 360º. Todo mundo já sabe como a empresa de Larry e Sergey monta suas fotos e depois disponibiliza junto com o serviço de mapas mais completo do mundo. Quem não sabe, leia aqui.

Sabendo então como as fotos acima são feitas, imaginei: “Bom, é a mesma coisa, só que com vídeos mesclados”, e sim, é exatamente isto.

“Mas mesclar fotos deve ser uma coisa fácil, as imagens estão paralisadas e meu celular faz isso em 10 segundos. O Photoshop também deve fazer isso… Mas nunca vi em vídeos. Como se mescla imagens em movimento? E, além do mais, essa câmera gigante do Google não parece estar em cima do palco em lugar nenhum, daria para ver da última cadeira da arquibancada, então como filmaram?”, pensei.

Resolvi assistir novamente os vídeos do Muse e procurar a “tal” câmera. A princípio eu não encontrava nada, mas depois de aumentar um pouco o zoom eu vi algo parecido com um microfone do lado da bateria do Dom, exatamente onde fica posicionada uma das câmeras:

Pensei que aquilo não poderia fazer parte dos microfones usados para capturar o som da bateria, pois estes ficam presos em cada parte do instrumento, e não ao lado sobre uma haste. Então aquilo só podia ser uma câmera! E meu palpite foi confirmado quando encontrei um objeto igual ao lado do Matt, do Chris e do Morgan, onde também existe a opção de selecionar uma câmera.

Fiz uma pesquisa na internet por câmeras que filmam em 360º, e das que encontrei, os três equipamentos abaixo são capazes de produzir o mesmo efeito que experimentamos no vídeo do Muse.

Graças a uma dessas câmeras especiais e softwares para converter o vídeo para o padrão “navegável” em 360º, é possível olhar ao redor do vídeo como em um passe de mágica! Mas qual das câmeras e qual software o Muse usou?

Olhando para os três modelos acima e comparando com o que encontramos no vídeo, a primeira câmera já é descartada imediatamente, pois não se parece nada com o que vemos sobre aquela haste ao lado da bateria do Dom. A segunda e a terceira câmera são pequenas, mas a mais semelhante – pelo seu formato cilíndrico e sua base quadrada – é a segunda, um projeto chamado Yellowbird (que no palco do Muse parece ter ganhado a cor vermelha).

A câmera usa seis lentes habilmente divididas a fim de capturar todas as direções possíveis de visualização. O fluxo de dados gerado pela câmera é impressionante: 1,2Mbits de vídeo por segundo e áudio a 96kHz, o que explica a recomendação da banda em usarmos uma conexão de 3MB para assistir os vídeos. Está certo quem disse que “tamanho não é documento”.

O software usado pela banda parece ter sido o Aways3D, afinal, se você clicar com o botão direito do mouse sobre o vídeo você verá um link para o site da empresa. Eles não teriam colocado esse link por lá de graça, certo?

Quem gostou do efeito pode assistir outros vídeos interessantes no site da Yellowbird, da Aways3D, e também no YouTube.

Pessoal, é isso, espero que tenham achado a matéria interessante e ter ajudado-os a compreender a mágica por trás do nosso presente de Natal desse ano. E aí, alguém queria ter uma câmera dessas?