Tudo sobre a banda britânica Muse formada por Matt Bellamy, Dom Howard e Chris Wolstenholme.

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Muse na Triple J Magazine de dezembro

Conforme postamos aqui anteriormente, o Muse é capa da edição de dezembro da Triple J Magazine. Confira abaixo a entrevista com Dom Howard:

Junte-se à resistência!

Não haverá miniaturas de Stonehenge no estilo Spinal-Tap quando Muse trouxer seu show de volta à Austrália em dezembro, mas o espetáculo evoluiu. O baterista Dominic Howard nos dá uma prévia.

No início, havia apenas veludo vermelho. Uma cortina de veludo vermelho, para ser exato, e um holofote ou dois. Flanqueado pelo baterista Dominic Howard e pelo baixista Chris Wolstenholme, usando um terno de glitter e com atitude de rockstar o suficiente para limpar o chão com a banda de abertura (o que aconteceu com Motor Ace, aliás?), Matt Bellamy exibiu os melhores de seus movimentos de deus do rock aos 300 espectadores presentes no esplendoroso carpete de um clube privativo de Sydney. O primeiro tour do Muse pela Austrália foi mesmo bem rock’n’roll: impressionante, mas básico.

As coisas mudaram.

Baterias que giram, estruturas grandiosas, passagens secretas… em pouco mais de 10 anos, um show do Muse virou uma maravilha técnica e épica. Eles deram ao U2, antigo colega de turnê, um chute na bunda ao ganhar o título de “melhor apresentação ao vivo do mundo”. Em janeiro, eles mexeram com a cabeça do público presente no Big Day Out cravando um setlist massivo.

Então o Muse é a melhor banda ao vivo do mundo? E como diabos eles conseguem levar ao palco um show tão grandioso?

O The Resistance Tour é, insiste Dom Howard, diferente de qualquer show que eles já tenham feito em nossas terras. Eles passaram a maior parte de 2010 na estrada e estavam fazendo um churrasco no sul da França quando a triple j magazine ligou. A banda encerrará a atual agenda de shows em dezembro, convenientemente no país que Dom considera o seu preferido para passar as festas de fim de ano.

“Nós sempre nos divertimos na Austrália. Voltaremos para o 2º round do verão. Estará calor, certo? Conseguimos ir à Austrália duas vezes no mesmo ano, isso é muito bom. Estamos muito animados!”, ele diz.

Em abril, o Hollywood Reporter descreveu o palco do Muse como “um respeitoso buraco negro supermassivo que suga todo mundo para dentro de seu poço gravitacional”. O processo criativo começou há mais de um ano e levou três meses para ser realizado. O resultado é um palco sob medida com torres, elevações e bunkers.

“Nós quisemos trabalhar com um designer dessa vez. Encontramos uma moça chamada Es Devlin, que fez coisas para todo mundo, desde Kanye Wets até Take That. Mas ela também é conhecida por fazer cenários para óperas em locações estranhas e foi isso que mais nos atraiu. Ela chegou, ouviu a nossa música e literalmente começou a esboçar idéias em guardanapos na mesma hora”.

Como os fãs devem saber, a maior parte da inspiração para o The Resistance veio após Matt Bellamy reler o clássico de George Orwell, 1984.

“É muito relevante para a época em que estamos vivendo”, ele explicou para a triple j magazine, em outubro do ano passado. “Eu estava muito interessado na parte do romance, dessa vez; o romance trágico que ocorre em um contexto de efervescência política… eu queria que The Resistance tivesse o mesmo sentimento, mas com o cenário político adaptado para os dias de hoje”.

“A primeira idéia que tivemos era muito ambiciosa”, declara Dom sobre a produção do tour. “Originalmente, queríamos que o palco fosse baseado nos ministérios de 1984. Criaríamos um prédio utilitário e institucional e, de alguma maneira, tocaríamos dentro dele. Seria construído no meio do palco e também rodaria… era uma idéia muito boa, mas exagerada. Gradualmente, foi resumida a essas três torres gigantes, então cada um de nós tem seu próprio Ministério, de certa maneira”.

Também há a enorme quantidade de telas LED, a hidráulica, os efeitos visuais, o sistema de transporte, etc. Sem mencionar que a banda também quis tocar em 360º. A maioria das grandes bandas, uma vez que a turnê está na estrada, deixa os problemas de logística com a equipe de apoio. Mas não o Muse. Matt mandou e-mails para a produção do Big Day Out especificando o tipo de palco, para ter certeza de que a banda faria a performance desejada para seus fãs. O Muse é, Dom insiste, bastante pró-ativo e, mais importante, no controle.

“É claro que somos”, ele diz. “Todos nós somos profundamente envolvidos. Tirando o atual palco, toda a parte visual e do trabalho de câmera é produzida por um bom amigo nosso, Tom [Kirk]. Todos nós fomos à mesma escola e ele viaja com a gente. Tom tem uma companhia que faz vários conceitos gráficos com que trabalhamos. Ele também faz toda a parte de corte e edição da câmera ao vivo. Contamos muito com ele e a sua equipe certamente tem muita responsabilidade. Confiamos toda a parte artística a eles, mas nós três estamos sempre dando opinião.”

Tudo é feito para montar um ótimo show, de acordo com o Dom. Mesmo quando eles tocavam no clube privado de Sydney, sonhavam com coisas maiores.

“É tudo que gostaríamos de ver”, diz Dom. “Se eu quisesse ir a grande show em uma arena, gostaria de ver algo que explodiria minha cabeça. Nunca fomos muito chegados no período de shoegazing¹ dos anos 90, que aconteceu quando estávamos crescendo. Achava aquilo uma merda. Por isso amávamos Nirvana, eles arrebentavam todo o equipamento. Isso é uma coisa emocionante de se ver, melhor do que ficar encarando seus sapatos… coisa que muitas bandas inglesas faziam na época”.

Obviamente, uma turnê como a The Resistance não sai barata. Enquanto Dom não revela quanto a banda gastou na logística, ele insiste que valeu cada centavo. Então a banda apenas vai em frente e deixa para se preocupar com dinheiro depois? Ou eles olham a conta e fazem “Eek!”?

“Definitivamente, há vários ‘eek’,” Dom ri. “Sempre gastamos a maior parte de nosso dinheiro na produção. Sério, tudo o que você ganha acaba voltando para a turnê. Essa tem sido nossa ética desde o primeiro dia: assim que conseguimos certa quantia de dinheiro, passamos a desejar uma tela maior, instrumentos diferentes… é algo com que ficamos felizes, porque, primeiro e mais importante de tudo, queremos fazer um ótimo show. Gostamos de tocar para nossos fãs e de quando eles vão embora maravilhados, falando ‘Caralho, foi incrível!’”

Infelizmente, uma coisa que os fãs não verão dessa vez é a fantasia de Spider-Man de Dom – nem suas calças favoritas. Mas irão, entretanto, ver sua bateria que gira.

“Minha bateria gira”, ele diz excitado. “Fica a uns 5 metros do chão, é bem alto. Essa coisa de girar é algo que eu sempre quis fazer! Não é exatamente Tommy Lee voando pela platéia nos anos 80, mas é bem legal. Eu rodo e vejo as pessoas na parte de trás do palco também e elas têm uma bela visão por estarem bem perto do palco. Podem nos ver lá e também vêem o que nós vemos – que são milhares de pessoas surtando. Eu rodo, aceno e toco algumas músicas girando.”

“Eu não tenho a fantasia de Spider-Man no momento” ele ri. “Acho que é o menino que existe em mim. Usei uma bem estranha outro dia, no Oxegen Festival, na Irlanda. Acho que animamos a platéia e a nós mesmos quando nos vestimos assim, então usei uma longa jaqueta vermelha, que parecia algo saído de A História sem Fim, e a parte de cima de um abajur como chapéu.”

Isso.

O tour que veremos em dezembro, segundo Dom, é agora uma máquina bem azeitada. Mas não foi sempre desse jeito. “Passamos umas duas semanas ensaiando antes de acertarmos todo o equipamento. Também passamos um bom tempo com o cara da iluminação e com Tom.” (A banda ensaiou nos domínios do BDO em seus dias de folga).

Você sabe que verá um show selvagem do Muse quando entra em uma arena e vê alertas com luzes estroboscópicas. Com tanta tecnologia em jogo, alguma coisa parece mesmo perigosa?

“Sempre sentimos que estamos uma semana atrasados com os ensaios… particularmente com essa produção, em que você está a 5 metros do chão, em uma plataforma”, Dom ri. “Nos primeiros shows, estávamos vacilantes em relação a várias coisas. A equipe enfrentava todo tipo de obstáculos, todos os dias, porque cada casa de show é diferente da outra. Tivemos problemas com as torres, no começo: elas ficaram emperradas algumas vezes enquanto subíamos ou descíamos”.

É só o momento Spinal Tap de sempre, não é?

“É! Não se preocupe, vai ser bem tranquilo quando formos para a Austrália.”

¹shoegazing ou shoegaze é o estilo de rock alternativo que surgiu no final dos anos 80, no Reino Unido. Durante os shows, os shoegazers ficavam em seu mundo particular, olhando para baixo e sem encarar o público (ou olhando para os sapatos, daí a origem da expressão).

Written By

A equipe mais animada, doida, faladeira e confusa que um fã clube de Muse poderia ter. Nós amamos Muse de todo o coração assim como (a maioria) dos seus fãs. A dedicação é de coração.

Comments: 10

  • Louise

    20 de dezembro de 2010
    reply

    Quem dera um show desses aqui ):

  • Maria Luiza

    20 de dezembro de 2010
    reply

    Será que a batera do Dominic vai girar aqui em nossas terras ?? .-.

  • dannyy

    21 de dezembro de 2010
    reply

    Um dia, (eu tenho fé nisso) irei sair de um show do MUSE dizendo: “caralho, foi incrível!”

    • Izaa.

      21 de dezembro de 2010
      reply

      +1!!!

  • MieBellamy

    21 de dezembro de 2010
    reply

    eu tenho que ter essa revista

  • coltsfan

    21 de dezembro de 2010
    reply

    foda!

  • Laisa

    21 de dezembro de 2010
    reply

    Ah, mano. D:

  • Raíssa Leite

    22 de dezembro de 2010
    reply

    Imaginei a cara do Dom quando ele disse “a minha bateria gira!” haha. Adorei a entrevista – e seria legal o Dominic continuar a se fantasiar *-*

  • MieBellamy

    23 de dezembro de 2010
    reply

    uma Gracinha o Dom! =]

  • paolaBellamyHowardWolstenholme

    30 de dezembro de 2010
    reply

    hahahahaha claro… perfeito… i love them

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