"A melhor banda do mundo é o Queen", diz Matt ao "Clarín"

A visita do Muse à América Latina já estremece a imprensa local. No último domingo (27), o site do jornal argentino “Clarin” publicou uma entrevista com Matt Bellamy, que fala sobre carreira, show, The Resistance e sobre as (insistentes) comparações com outras bandas – o que os meninos, pelo visto, levam de letra.

Confira a tradução integral do artigo do periódico:

Com o crescimento registrado em cinco discos de estúdio, o hoje quarteto britânico chegou ao Everest com The Resistante (2009), uma obra que acabou reforçando seu caráter dramático e, na estrada, faturou prêmios de renome como o Grammy de Melhor Álbum de Rock. Uma banda que começou à sombra de Radiohead, é comparada ao Queen e anda de mãos dadas com o U2 selou o destino.

No entanto, em entrevista exclusiva ao Clarín, Matt Bellamy tenta aliviar a bagagem.

Muse é uma banda muito popular e reconhecida mundialmente. Qual foi a razão que os levaram a aceitar ser suporte do U2?

Eles tocarão ao vivo para mais pessoas do que nós jamais tocamos na Argentina. Acredito que é uma grande oportunidade para tocar para pessoas que não nos escutaram. O show do U2 na América do Sul, assim como em todo o mundo, é uma das melhores coisas que podem presenciar. Levemos isso como mais um passo para nos tornarmos conhecidos por outros grupos.

Sinceramente, antes da proposta de abrir o show para eles, gostavam de U2?

Sim, com certeza. Em minha adolescência, era um grande fã deles. Realmente, acredito que uma das melhores bandas que existem nesse momento e desde muito tempo atrás. Na verdade, tenho muitas expectativas sobre o show, de assistir o show deles sendo parte do espetáculo.

“The Resistance” tem esse fator grandioso existente nos discos clássicos…

Estamos mais decididos em falar sobre assuntos de índole mais universais e, por sua vez, íntimos. Amo fazer música e estar a par das coisas que acontecem ao redor, não apenas interiormente.

Justamente, o nome soa como um grito de guerra. Você realmente acredita na resistência como atitude?

As resistências, as revoluções, podem resultar em profundas mudanças e são as coisas que estamos vendo atualmente. Penso que no espírito do ser humano essa é a fortaleza e acredito que essa força é o que leva as pessoas a conseguir que as coisas mudem.

O fato de falar sobre paranoia, revelações ou fantasmas, é um jogo da sua mente ou você realmente acredita nessas coisas?

Às vezes, a mente e a realidade em que vivemos não estão, necessariamente, separadas. Acredito que, possivelmente, a maneira em que pensamos e sentimos tem um efeito direto na maneira que vivemos.

A tragédia que sucedeu no Japão poderia ser um sinal disso…

Esses desastres naturais nem sempre são previsíveis. As pessoas podem ter ideia de que uma coisa assim pode chegar a acontecer, mas às vezes se esquecem de que podem suceder em qualquer momento. Mas essa tragédia é uma demonstração cabal de que não devemos pensar que os desastres naturais são distantes. E isso não tem a ver com a paranoia.

Nos primórdios, os comparavam com Radiohead e agora os rotulam como o novo Queen. O que você pensa sobre sua carreira?

A melhor banda do mundo é o Queen, definitivamente. Penso que há muitas poucas bandas no mundo que possam se equiparar. Eles trouxeram sofisticação e riqueza à música e têm os elementos mais interessantes no que podemos chamar de “música popular”. Em suma, abriram as portas a uma sonoridade mais interessante e rica. Nunca poderia me sentir ofendido por dizerem que tenho influências de uma banda como Queen!

fonte: Clarín