Muse fala sobre novo disco, ausência das músicas do OoS e mais.

Na NME desta semana, cujo tema principal é o Reading and Leeds Festival 2011, o Muse deu uma entrevista que comentam sobre o futuro da banda, a ausência das músicas de Origin of Symmtry em seus shows e o tão esperado álbum.

Confira nossa tradução completa:

 

NÓS ESTAMOS ESTENDENDO OS HORIZONTES DO QUE É POSSÍVEL.

Com Muse retornando a Reading and Leeds como headliners, depois de cinco anos longe do festival, Matt Bellamy e Cia contam a Barry Nicholson como esses shows podem mudar a banda para sempre.

“Nós sempre vimos Reading and Leeds como o ápice de todos os shows de rock”, diz Bellamy, cuja banda acabou de ser confirmada como o headliner do duplo festival, junto com MyChemical Romance, The Strokes e Pulp.

A banda tem uma longa história com festivais. Eles foram a Reading and Leeds pela primeira vez como espectadores em 1994 e ficaram chapados pela primeira vez curtindo Cypress Hill, e então em 2000 eles fizeram a sua caótica primeira aparição, quando o trem do baixista Chris Wolstenholme, que seguia para Leeds, se atrasou e ele acabou perdendo metade do set. Mas dessa vez, no entanto, eles pretendem escrever um capítulo completamente novo, com umasetlist que promete ter muito do essencial segundo álbum, Origin Of Symmetry, de 2001, o álbum com que se superaram em sua segunda aparição no Festival, quando eles chamaram alguns antigos colegas para fazer bundalelê na plateia (“Nós éramos jovens e estúpidos”, exclama Dom).

Eles estão planejando um audiovisual espetacular que Chris promete que vai estender a barreira do que é possível em festivais. Com certeza será épico. E deve mesmo ser, já que a banda nos disse que esse show deve ser o mais vital que eles já tocaram até hoje. Principalmente porque Matt disse que poderão ver a banda “traçar uma linha” em sua carreira. Nas próximas páginas teremos algumas conversas com os maiores headliners de festivais, mas primeiro vamos ver o que isso tudo significa para Muse.

 

Faz cinco anos desde que vocês foram headliners de Reading and Leeds. Quais são suas lembranças?

 

Dom: Eu já disse isso tantas vezes antes, mas Reading foi o primeiro festival que nós fomos, em 1994, quando ainda éramos adolescentes, então nos pareceu uma grande realização ser a atração principal da coisa toda. Trouxe-nos de volta um monte de lembranças e sentimentos de nossa juventude. E nós mal podemos esperar dessa vez. Mal podemos esperar para voltar.

 

Vocês tem alguma coisa especial planejada para esse ano?

 

Dom: Bom, será uma coisa bem diferente, pois não teremos tocado na Inglaterra por quase um ano até lá. E nós não queremos fazer um show igual ao que fizemos em Wembley. Nós queremos fazer algo especial, para que realmente pareça singular.

Chris: É o seguinte, nós meio que já acabamos a turnê do The Resistance agora e, se vamos fazer esses shows, queremos que sejam únicos. Nós fizemos a turnê do ultimo álbum por um ano e meio e as pessoas já viram aquele show, sabe? Então estávamos pensando no que podíamos fazer, estivemos conversando sobre fazer um tipo de set de b-sides, ou tocar coisas que não tocamos há um bom tempo. Há um monte de músicas antigas que não são tocadas há muito tempo.

 

Isso significa que podemos esperar um set retrospectivo?

 

Matt: Bom, nós percebemos que faz 10 anos que lançamos o Origin of Symmetry, e aquele álbum foi o primeiro que fizemos que foi… não quero dizer “competente”, mas foi o primeiro álbum completamente “bem-pensado”. Esses serão nossos últimos shows por um tempo e eu acho que vai parecer que estamos traçando uma linha sobre uma fase de nossa carreira. O primeiro álbum não pareceu muito um “lançamento”. Foi no segundo álbum que as coisas realmente começaram a acontecer para a banda e quando começamos a focar muito mais no lado “ao vivo” das coisas. Então será como fechar um circulo: nós movemos à frente e agora parece o momento certo de relembrarmos o que estávamos fazendo anos atrás.

Dom: Origin ofSymmetry foi um álbum importante para nós porque parecia que tínhamos mudado, como banda, desde Showbiz. Nós nos tornamos pessoas diferentes e crescemos um pouco e mudamos muito como banda ao vivo naquele período – e também drasticamente como banda de estúdio. Nós realmente nos perdemos em algumas loucuras de algumas músicas que fizemos ao longo dos anos. Então parecia mesmo que era um ponto de retorno, então parece certo comemorarmos o que realizamos nos últimos 10 anos.

 

Como banda, vocês sempre estiveram se reinventando. Não é meio perigoso este ‘flerte’ com coisas nostálgicas agora?

 

Matt: Hahahaha, na verdade não, pois é quase como uma exceção. É bem provável que esta será a última vez que tocaremos algumas dessas músicas, para ser bem sincero. Nossos discos sempre estiveram se inovando, indo além, e nosso próximo trabalho seguirá da mesma forma.

 

Falando em novo trabalho, nós podemos esperar por novas músicas no set list?

 

Chris: Eu realmente não sei. Nós tivemos pouco tempo de folga até agora, não há quase nada pronto. Matt e Dom têm morado em L.A., nisso, nós não tivemos chances de ficarmos os três juntos e começar a trabalhar em novo material. Matt chegou a fazer algumas coisas, mas falando sério, nossa intenção é que 2011 seja um ano mais calmo e tranquilo. Nós três pretendemos mudar para Londres até o final do ano, e então trabalhar em nosso novo disco, apartir de Outubro.

 

Matt: Nós até podemos tocar algo novo, se tivermos tempo de criar algo até lá. Não é algo fora de cogitação. Para nosso futuro trabalho, pretendo incorporar um pouco mais de ‘show ao vivo’ ao disco. Em nossos dois últimos álbums, pareceu um pouco que nós mudamos a sonoridade de como é tocado ao vivo. Então, a razão real de tocarmos no Reading & Leeds Festival, é para nos mantermos renovados e na ativa, musicalmente falando. De um jeito ou de outro, esses shows terão uma certa influência em nosso próximo disco. Nós estaremos traçando uma linha final, e lembrando nós mesmos de como começar tudo de novo.

 

Vocês mencionaram que a produção da turnê será diferente de como foi na do ‘The Resistance’. Podem nos dar mais algum detalhe sobre isso?

 

Chris: Nós queremos levar isso de maneira muito séria, sabe. Fazer o máximo para se tocar grandiosamente em um festival. Claro que isso não será nem parecido com o que fizemos nos shows de Wembley, aquela produção durou uma semana inteira! Mas planejamos algo bem legal em festivais anteriores, não há nenhuma razão para não fazer isso novamente.

 

Dom: Nós tentaremos montar o palco bem seguindo o estilo da capa do Origin of Symmtry, algo bem estranho e assustador. Seguindo um estilo meio Tim Burton, aquelas antenas e tal, tentar trazer a capa do disco para a vida, talvez até criando um tipo de versão 3D dela. Será muito legal. Algo bem excitante, interessante e terá um visual incrível.

 

Então, um set list cheio de raridades e até algumas coisas estranhas (Dom insiste ‘Um final de show digno de Rock’)?? Um palco único e que nunca foi reproduzido anteriormente? Da possibilidade – não exatamente uma promessa – de um novo material a ser apresentado, e até, um show que irá decidir e mostrar qual será o futuro da banda? Pode contar com isso.

 

“Todo show é único de algum jeito”, palavras do Dom, “Particularmente os shows grandes. Eles são muito diferentes de um para outro. Mas o Reading & Leeds serão excepcionalmente divertidos.”

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Fonte: Erato1