Tudo sobre a banda britânica Muse formada por Matt Bellamy, Dom Howard e Chris Wolstenholme.

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[Entrevista] O espírito do Teign levou MUSE ao estrelato mundial.

O espírito do Teign levou MUSE ao estrelato mundial.

[Teign {a pronúncia é ‘Tin’} é  nome de um rio na região de Devon, que se torna influenciável pela maré em Newton Abbot e atinge o Canal Inglês em Teignmouth]

Eu tenho certeza que haverá uma creche no backstage na maioria dos shows, disse Chris Wolstenholme, baixista do Muse e filho pródigo de Teignmouth.

Em uma entrevista exclusiva ao Herald Express antes do Festival Reading & Leeds, Chris falou poucos dias antes do parceiro Matt se tornar pai, junto com a atriz de Hollywood Kate Hudson, filha de Goldie Hawn.

Ter filhos é uma das maiores coisas da vida e, por isso, pra mim, sempre foi importante ter um equilíbrio feliz entre minha vida com a banda e minha vida com a família, disse Chris.

Tenho certeza de que será o mesmo com o Matt. Eu pensava que estar em turnê seria a maior coisa da vida, mas é inevitável que à medida que você envelhece isso se torne menos intenso. Não sei se ainda estamos nesse estágio, mas eu tenho certeza que haverá uma creche Muse na maioria dos shows.

O Herald Express vem seguindo a carreira do Muse, então parece apropriado que eles façam parte do jornal semanal. E os arquivos mostram que a banda está listada em guias de shows, tocando de graça no The Piazza e Parrot, antes de subir à altura vertiginosa do Lanterns, em Ashburton, onde eles puderam cobrar £3 em 1997.

É um mundo de distância dos shows com ingressos esgotados e de tirar o fôlego de Wembley e Glastonbury.

Relembrando dos primeiros artigos na imprensa, Chris disse que aqueles primeiros dias foram uma luta.

Com toda honestidade, ser uma banda nova em Devon era muito difícil para nós naquela época, ele disse.

Havia muito pouco, no sentido de lugares para tocar, então nós costumávamos tocar muito em pequenos pubs – o que geralmente não era muito legal, pois éramos muito barulhentos e a maioria das pessoas só queria curtir umas cervejinhas sossegadas. Tinha umas ‘batalhas de bandas’ acontecendo. Nós nem estávamos preocupados em vencer. Era só uma oportunidade para nós, e outras bandas, de sair e tocar ao vivo.

No entanto, havia algumas [pessoas] que inspiraram o trio do Teignmouth Community College em seus anos de formação. Talvez essa seja a primeira vez que isso é dito on the record.

Muse e Jill Bird

Houve duas pessoas que foram muito importantes nos primeiros anos de formação da banda, disse Chris. A primeira foi Jill Bird, que era a chefe no departamento de música quando estávamos na escola.

Antes de Jill assumir o departamento, era a usual coleção daquelas porcarias de teclados Casio, tamborins e glockenspiels [um instrumento que parece um xilofone]. Jill renovou completamente o departamento de música e entendeu a importância da música moderna para fazer com que os jovens se inspirassem e abraçassem também a história da música.

Depois de dois anos no Teignmouth Community College, Jill equipou o departamento de música com baterias, teclados decentes, guitarras, baixos e alguns equipamentos de gravação. Ela era também muito boa em envolver pessoas que não eram particularmente ligadas em música e, do nada, havia várias bandas e grupos de canto.

A outra pessoa era Dennis Smith. Dennis é o dono da Sawmills e Dangerous Records.

Nós conhecíamos a Sawmills como provavelmente o único estúdio em Devon e Cornualha que havia produzido algum grande álbum. Eu me lembro de olhar o panfleto, provavelmente por volta de 1994, e pensar em como seria legal gravar um lugar como aquele, com um produtor adequado – mas o preço era totalmente fora de questão para três moleques de 16 anos.

Em Outubro de 1995 Dennis ouviu sobre a banda, nos ligou e combinou de ir ver um de nossos shows. E aconteceu de termos um show na Cornualha naquela semana e ele apareceu. Embora ele tivesse gostado de algumas coisas que fazíamos, ele nos disse que ainda havia muito progresso para fazermos e, quando sentisse que era o momento apropriado, ele nos colocaria num estúdio por alguns dias para gravar um EP para ser lançado pelo seu selo.

Nos dois anos seguintes, Dennis apareceu em quase todos os shows que fizemos em Devon e na Cornualha, e ficava acenando a possibilidade do estúdio para nós, o que obviamente nos inspirou a nos esforçar e trabalhar tanto quanto podíamos.

Em algum momento no começo de 96, nós tivemos um show particularmente bom no Cavern Club, em Exeter. E quando nós estávamos achando que talvez toda aquela conversa de estúdio não ia dar em nada, Dennis entrou no camarim, obviamente impressionado com o show, e nos disse que havia reservado uma semana em Maio para usarmos o estúdio.

Aquela foi nossa primeira experiência num estúdio de verdade e nos fez perceber o quão bom nós podíamos soar. Aquelas gravações nos levaram a conseguir um contrato com uma gravadora nos EUA o que basicamente alavancou a carreira da banda. Se Dennis não tivesse demonstrado aquela fé em nós tão no início, e nos forçado a melhorar, é discutível se banda estaria aqui hoje ou não.

E que carreira tem a banda!

Uma meia dúzia de MTV e Q Awards, oito da NME, uns dois Brits, quatro da Kerrang, dois Grammys e a venda de álbuns chegando aos 10 milhões.

Antes, quando ganhávamos um prêmio, só recebíamos um troféu, e tínhamos que fazer revezamento, mas agora a gente ganha um pra cada um, para evitar discussão, disse Chris. A maioria dos meus estão em casa, mas ocasionalmente vem alguém e rouba um pra colocar em sua própria prateleira.

Foram suas apresentações ao vivo que realmente os embutiram no coração e mente dos fãs.

A turnê do HAARP foi recentemente votada como o maior evento em Wembley e a apresentação deles em Glastonbury foi simplesmente algo inesquecível.

Nós nunca realmente tivemos uma rotina para antes dos shows. Nós geralmente temos mais ou menos uma hora de sossego antes do show. Mais ou menos como a calmaria antes da tempestade.

Em Wembley eu basicamente passei duas semanas num nervosismo que nunca tinha sentido antes. Glastonbury sempre tem uma vibe mais relaxada. Você vai e assiste aos shows das outras bandas e o backstage é muito social. É um dia pra se curtir.

Chris disse que, seja tocando num pub ou em Glastonbury, eles sempre tentaram melhorar como músicos.

É muito difícil estabelecer metas quando você já alcançou muito mais do que já havia estabelecido antes. Eu acho que nenhum de nós poderia ter imaginado quão grande a banda se tornaria.

Nós costumávamos ir a vários shows no Lemon Grove, na Universidade de Exeter quando éramos jovens e naquela época teria sido mais do que suficiente tocar para uma plateia de 800 pessoas lá.

Embora sempre tenhamos sido confiantes em nossas habilidades como músicos, nós não nos iludíamos que nos tornar famosos seria fácil. Muitas coisas contribuíram.

É claro que a música tem que ser boa, mas é muito “lugar certo na hora certa” também, as pessoas que você encontra e ter um pouco de boa sorte no caminho. Os objetivos agora, obviamente, são diferentes dos de então, mas a coisa mais importante para nós é melhorarmos como músicos e continuar a explorar coisas novas na música e nos tornarmos melhores no que fazemos.

Em 2009, a banda surpreendeu o mundo da música e voltou pra casa, trazendo suas músicas e holofotes para Teignmouth.

Os dois shows com ingressos esgotados levou a cidade a uma paralisação, e deu muito mais em retorno à sua fiel legião de fãs.

Quando morava em Teignmouth, muitas pessoas perguntavam se a banda tinha planos para tocar na cidade, mas como a cidade não tinha um lugar apropriado, nunca aconteceu. Foi fantástico poder montar a coisa toda e é algo que a cidade nunca vai esquecer.”

Chris acrescentou: “A ideia surgiu mais ou menos quando estávamos gravando o álbum. Não queríamos o tradicional show em Londres como o primeiro concerto do álbum, e como era o décimo aniversário do Showbiz, nosso primeiro álbum, pensamos que seria legal tocar em nossa cidade natal. Nós não tocávamos em Teignmouth desde o verão de 1995, no The Ivy House.

Foi um grande desafio fazer o show acontecer, uma vez que a cidade nunca havia recebido um evento daquele porte. E também havia algumas pessoas que não queriam que o show acontecesse. Eu tive que participar de uma reunião com os vereadores, 10 dias antes do show, para tentar arrumar a permissão para fazer os shows.

Nós tivemos um grande apoio dos fãs e, lá pelo final da reunião, os vereadores viram que o imenso apoio para os shows significava que eles realmente não podiam dizer não.

Os shows, em si, foram ótimos. Foi muito estranho se apresentar em um ambiente tão familiar. Havia tantos rostos conhecidos na multidão, fui muito surreal. Foi impressionante ver o bafafá na cidade alguns dias antes do show. Em todo tempo que morei em Teignmouth, nunca tinha visto aquilo.

No meio termo, a banda pôde apoiar uma causa local pela qual são apaixonados. A The Helen Foundation foi criada em memória da amiga e atriz Helen Kirk. Ela opera na região de Teignbridge apoiando as aspirações artísticas de jovens ao oferecer escolas e workshops sobre artes, prêmios especiais em escolas e bolsas de estudos.

A banda ofereceu ingressos para a Fundação, que puderam ser leiloados com o intuito de arrecadar fundos. Desde o show, Chris se mudou de Teignmouth.

Eu me mudei há pouco mais de um ano e Matt e Dom não tem morado lá uma boa parte dos últimos 10 anos, mas nós todos visitamos a cidade regularmente, pois nossos pais e parentes ainda moram lá. Embora Teignmouth não seja mais o lugar onde vivemos, ainda é uma grande parte da história da banda e, no fim das contas, o local do nascimento da banda e por isso Teignmouth sempre será uma grande parte de quem nós somos.

 

Chris concedeu essa entrevista ao Herald Express no início de Julho/2011 e ela foi publicada em 21/julho/2011. Veja aqui o original.

Comments: 6

  • dannyy

    31 de agosto de 2011
    reply

    Bem tocante, ver o Chris relembrando o começo de tudo.
    E Cris, sempre nos brindando com boas entrevistas.
    Uma coisa muito boa do Matt ter se tornado pai, é o Chris ter assumido as entrevistas, adoro saber das coisas pelo ponto de vista dele.

  • RoBellamy

    2 de setembro de 2011
    reply

    Haha, não sabia que o nome daquela fita cassete conhecida como “Newton Abbot Demo” tinha saído de um rio =] E que entrevista emocionante.

  • Gi.Dias

    2 de setembro de 2011
    reply

    + Um pouco da História da Banda *-* Profundo!

  • Izaa.

    4 de setembro de 2011
    reply

    Ameei *-*

  • Coltsfan

    7 de setembro de 2011
    reply

    lendo…

  • KimberlyBellamy

    14 de setembro de 2011
    reply

    ameeeeeeeeeeeei çç’

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