Especial NME Reading & Leeds #1

Algumas semanas antes dos shows de Muse em Reading & Leeds, a NME publicou uma matéria especial falando sobre os shows e sobre o Origin of Symmetry, que seria tocado na íntegra nos festivais. Postaremos as traduções dessa matéria em 3 partes. A primeira você já pode conferir agora!

“PODE DAR CERTO OU NÃO…”

MUSE está a dias de ressuscitar o Origin of Symmetry, de 2001, nos palcos do Reading e Leeds. Será que vai dar pra ver o show do Espaço? E o álbum novo? Mark Beaumont faz as perguntas!

Os palcos do Festival de Reading e Leeds foram remodelados como cones gigantes. Um robô-monstro Plug in Baby de 100 pés de altura marcha através do local, fazendo o robô do Take That parecer uma boneca de pano. A imaginação espanta-se ao imaginar as possibilidades de Muse trazer o Origin of Symmetry para o palco novamente. Pode ser o show do fim do Universo!

Mas por que fazê-lo? Quão grande ele pode ser? E a Health and Safety vai impedir Matt Bellamy de transformar o lugar numa paisagem alienígena cheio de adagas voadoras e alucinações? – do tipo que o inspiraram a escrever esse álbum? É melhor a gente perguntar a eles…

NME: Os shows do Origin of Symmetry estão se aproximando rapidamente. Por que vocês querem marcar o álbum dessa maneira?

MATT: Fazer isso pareceu a coisa certa porque fará 10 anos – umas semanas a mais ou a menos – que o álbum foi lançado. Esse é o álbum que os fãs hardcore mais falam que é um dos favoritos, senão o favorito. Então nós quisemos tocá-lo em comemoração aos 10 anos do lançamento e também nos dar a oportunidade de fazer toda uma produção em cima do álbum. Podia dar certo, ou não: a gente podia decidir ‘Quer saber. Não tem nada que a gente queira fazer agora mesmo!’ ou então podia nos relembrar de como começamos e nos inspirar.

DOM: O Origin of Symmetry foi uma verdadeira reviravolta e sempre foi nosso álbum favorito de todos eles. É o único álbum do qual tocamos todas as músicas ao vivo em algum momento.

 

NME: Quão grande pode ser a produção?

MATT: A produção será baseada principalmente no artwork do Origin e em seus conceitos… Nós vamos tentar ir tão longe quanto pudermos dentro das restrições impostas por um palco de festival. Festivais são sempre um pouco difíceis porque você tem que conseguir montar tudo no palco em menos de uma hora, enquanto num estádio você tem uns dois dias para montar tudo.

CHRIS: Nós tivemos varias reuniões sobre o conceito, tentando basear o palco na capa do Origin. Seria legal dar à produção o que ela merece. Tem uma porrada de músicas que a gente não toca desde que fizemos a turnê do álbum e nós temos duas semanas de ensaios antes dos shows, então nós provavelmente vamos passar duas semanas tentando lembrar como tocar ‘Darkshines’.

 

NME: O que vocês farão na segunda metade do show?

MATT: Nós tocaremos músicas para manter a galera animada na segunda metade. Tenho certeza que depois de Megalomania o povo vai estar a fim de um mosh.

DOM: Nós provavelmente faremos o bom e velho encore e tocaremos alguns hits. Vai ter um tipo esquisito de interlúdio que dividirá os sets. Nós queremos trazer à vida todo o artwork do Origin of Symmetry, incluindo as fotos do encarte. E no final dar uma agitada.

 

NME: Esses festivais sempre foram grandes para vocês…

MATT: É! O Reading e o Glastonbury foram os primeiros grandes festivais que eu fui quando eu tinha uns 14 anos. Reading sempre foi o festival do rock. Eu fui umas três ou quatro vezes quando era adolescente e tocar lá sempre me pareceu o que você tinha que fazer se tivesse uma banda de rock decente. Eu lembro que teve uma vez que o Chris perdeu o trem e acabou que eu e o Dom subimos ao palco e ficamos lá fazendo barulho sem ele. Chris apareceu nas duas ultimas músicas.

DOM: Em 94 foi a primeira vez que fomos. Tínhamos acabado de terminar o colegial e nós pegamos o trem para fora de Devon e nos sentimos livres. Na segunda vez (que tocamos), quando fomos a atração principal do Second Stage [2000], Oasis foi a atração principal do palco principal ao mesmo tempo, e no intervalo de toda música a gente conseguia ouvir o Oasis tocando ao fundo, e todo o nosso público gritando ‘Oasis é uma m*#da, Oasis é uma m*#da’. Foi muito engraçado. Por alguma razão esquisita, nós juntamos um grupo de antigos colegas de escola que se vestiram de policiais e ficavam apontando as lanternas no publico. Daí eles abaixavam as calças e tinha “MUSE” escrito na bunda deles. Nem sei o que a gente estava fazendo naquela época.

 

NME: Os seus shows em Wembley em 2007 acabaram de ser eleitos como o maior evento naquele local – surpresos de bater o Live Aid e o Final da Copa de 1966?

CHRIS: Eu fiquei surpreso que o Live Aid não tenha levado essa. Foi um evento bem diferente – várias bandas foram escolhidas de última hora e foi um negócio meio ‘faça você mesmo’. Mas eu estava achando que seria o Final da Copa de 66. Estão falando em fazer algum tipo de monumento lá – seria engraçado ver uma estátua minha, do Dom e do Matt lá quando eu fosse assistir algum jogo.

 

NME: Quais os planos para o sexto álbum?

DOM: Bom, eu sinto que nós temos que avançar até o próximo álbum e para isso nós temos meio que ‘fechar’ o último antes de entrar no estúdio e começar a tentar gravar alguma coisa.

CHRIS: Teve uma porcaria de um boato rolando por aí, de que eu ia escrever o próximo álbum, o que é uma bobagem. Eu sei que o Matt é aberto a deixar todos se envolverem na composição das músicas, mas eu sei que se eu escrevesse todas as músicas, não seria um álbum do MUSE. Matt estava falando em mexer mais em coisas como ritmo. Haverá elementos que soarão como nós, e haverá elementos que serão completamente novos.

Leia a parte #2.