Tudo sobre a banda britânica Muse formada por Matt Bellamy, Dom Howard e Chris Wolstenholme.

Instagram Facebook Twitter

[Tradução] RockZone de Agosto

Tradução parcial da entrevista feita ao Muse pela revista espanhola RockZone

[tscopper from=”image” id=”,12786″ width=300]

 

Quando vai começar um novo disco, você tem alguma ideia do que quer fazer ou começa do zero?

Matt: “Cada vez que começamos um novo disco nos propomos alguns desafios concretos para tentar chegar a lugares diferentes. Por exemplo, para ‘Follow me’ a ideia era fazer uma canção de rock, mas reinterpretá-la para que soasse eletrônica. Assim, era como inverter o procedimento que normalmente fazemos. No caso de ‘The 2nd Law: Unsustainable’ a ideia era fazer um tema de dubstep, mas tocado com instrumentos reais que soasse orgânico. Em ‘Madness’ queríamos fazer algo muito minucioso. Sendo assim colocamos certas regras para cada música para conseguirmos resultados diferentes do que normalmente fazíamos. Creio que conseguimos alcançar momentos de destaque neste disco, assim como em anteriores em relação ao som de rock grandioso, teatral. Não sei se continuaremos fazendo isso no futuro, mas neste momento nos foi necessário resumir um pouco tudo que já tínhamos feito, e agora, buscar novas direções como em ‘Madness’ e ‘Explorers’. Acredito que podem ser janelas para o que faremos no futuro. Está bem ter um álbum que junte passado e futuro.”

Especulava-se muito que esse cd iria ser uma reinvenção para o som do Muse, mas no final, nos deparamos com muitos elementos conhecidos. Você crê que, por mais que queiram sons diferentes, sempre tem algo que os fazem voltar à raiz?

Chris: “Há um elemento na banda que nunca mudará e acredito que seja importante conservá-lo. É importante que se lembre de quem você é… Suponho que é o som que surge quando nós três tocamos juntos. Temos sorte de tocar de uma maneira que nos fazem reconhecíveis. A maneira de tocar ou cantar de Matt faz com que imediatamente o reconheçam. Isso é bom porque te dá permissão de experimentar novas ideias, mas no final a essência permanece. Não gostaria de deixar para trás tudo que já fizemos. Somos uma banda de rock. Não gostamos de mudar de instrumentos porque é a base do que fazemos. E ao mesmo tempo, gostamos de aderir a coisas novas. Se trata de encontrar o equilíbrio. Não queremos que nos escutem e digam ‘não parece o Muse’, mas ao mesmo tempo queremos que soe algo diferente.”

Também acostumaram seus fãs que em cada cd há algo novo.

Chris: “Sim, acredito que cada cd é um pouco diferente. Quando sai um album novo, ninguém sabe extamente como vai soar. Creio que nesse disco algumas músicas vão surpreender os fãs e em outras dirão ‘oh, é o velho Muse de sempre’ (risos).”

Com o adiantamento que vocês deram, como o trailer do disco, muitas pessoas ficaram surpresas. Alguns fãs se assustaram achando que teriam mudado para dubstep!

Dom: “Sim, muita gente achou que iríamos fazer uma obra de dubstep, mas como foi visto, não é o caso (risos). Começamos a trabalhar em algumas demos do Matt e tocando juntos foram saindo outras canções que acabaram formando outros tantos de demos. E neste ponto, víamos que havia direções diferentes que poderíamos seguir. Cada canção representava um desafio diferente e isso é algo que nós gostamos, porque nos faz pensar mais e ser mais criativos. Assim é mais que uma ideia geral sobre o álbum, nós o tomamos como um desafio em particular, canção por canção. Por exemplo, a primeira música, ‘Supremacy’, nós representamos como se fosse uma música de um filme de espiões…”

Sim, poderia ser de um do James Bond

Dom: “Sim, quem dera utilizassem ela para o próximo do Bond, mesmo não acreditando. Mas sim, queríamos que soasse grande, uma canção de estádio. Queríamos capturar o som que temos ao vivo. Ao contrário de ‘Madness’, o desafio era conseguir algo seco e íntimo, ou em ‘Panic Station’ queríamos fazer algo funk, que fosse divertido de tocar. Tem um ar dos anos 80 porque foi a época na qual crescemos, que tinha um material de Prince, Michael Jackson, Stevie Wonder, com um som de bateria concreto… Basicamente o que tentamos fazer foi tomar cada influência que temos e focá-las numa canção. Cada música é diferente.”

Falando dos anos 80, vocês fizeram com que a canção ‘Madness’ se parecesse com ‘Faith’ do George Michael?

Matt: “Sério? Não pensei nisso (risos). Mas é uma boa música, eu gosto (risos).”

 

[tscopper from=”image” id=”,12785″ width=300]

‘AINDA NOS SENTIMOS UMA BANDA JOVEM, TALVEZ DAQUI A DEZ ANOS COMECEMOS A PENSAR NO NOSSO LEGADO’ Matt Bellamy. 

É mais difícil escrever um tema simples como ‘Madness’, ou um épico como ‘Survival’, ou não tem nada a ver?

Matt: “Para mim a dificuldade está na ação, em fazer funcionar. Compor é relativamente simples, só tenho que tocar o piano e escutar as ideias da minha cabeça de uma forma clara. Mas transformar isso em algo real, é onde está a dificuldade. Tentar conseguir com a banda, a orquestra, no estúdio, é complicado.”

De onde surgiu esse interesse em fazer uma música dubstep?

Matt: “Foi ao ver um show de um grupo inglês de baile e dubstep, e me interessou muito a forma como poderia tocá-la com instrumentos, porque é um som muito específico. Quando as pessoas vão para esses shows elas costumam ver pessoas com um portátil, e pensei que poderia ser interessante vê-lo com alguém tocando. Assim, foi um desafio. Fiquei louco com o som da guitarra (risos) e Chris usou um filtro no pedal para conseguir esse ‘whooooa’, mas Dom usou a bateria normal.” 

Também em algumas músicas as partes do baixo são mais dançantes. É algo que queria explorar?

Chris: “É algo que vínhamos desenvolvendo faz um tempo. Simplesmente a cada vez você vai fazendo melhor. Não acredito que seja só o baixo, o que faz a bateria é muito importante. Dom tem tocado de uma maneira que nunca havia visto, nunca havia imaginado. E o que ele faz é uma influência direta para que eu faça e isso nos leva a caminhar em novos terrenos. E quando isso acontece é porque está aproveitando de verdade no estúdio, porque é um desafio. E se você acredita ser capaz de fazer algo que vale a pena, então você se sente realmente bem.”

Nesse processo de provar coisas novas, muitos materiais foram para o lixo?

Dom: “Não. Não costumamos trabalhar em 25 músicas e ficarmos só com 10, não funciona assim. Somos bastante rápidos na hora de decidir em quais ideias vamos trabalhar e em quais não. Desde a ideia inicial já vemos quais nos interessa desenvolver e até onde podemos fazê-las crescer. Assim, trabalhamos exclusivamente nelas.”

Queen é outra de suas influências que os acompanham neste álbum. Durante muitos anos não eram uma banda ‘de boa’… Acredita que contribuiram para dar uma boa reputação?

Matt: “(risos) Queen fazia coisas muito loucas, no princípio não era seu fã, mas quando o Freddy Mercury morreu nos anos 90 me interessei mais pela sua música. Sua música, logo, sempre foi eterna.”

Você é consciente de estar construindo um legado como o seu?

Matt: “Não pensamos nisso. Acredito que ainda somos uma banda jovem, talvez daqui a dez anos comecemos a pensar em nosso legado.”

Vendo a temática do álbum, você acredita que inventaram um novo gênero, a canção do protesto bombástico?

Matt: “(risos) Alguém me fez ver que tanto ‘Uprising’ quanto ‘Survival’ são também os títulos de dois álbuns do Bob Marley, assim não acredito que seja novo (risos). Rage Against The Machine escreviam grandes músicas de protesto.”

Bandas progressivas como Porcupine Tree também exploram esse lado de crítica social, te interessa?

Matt: “Não conheço esse grupo. Em nossa juventude nos influenciaram bandas como Rush, Primus, Pink Floyd, Led Zeppelin, incluse Deep Purple, que tem partes progressivas, logo formam parte da gente.”

Mantiveram muito em segredo a gravação do disco… Quiseram esconder para não criar falsas expectativas?

Chris: “Sempre se quer manter o ambiente mais relaxado possivel para ser criativo. E dessa vez foi muito relaxado. É o primeiro que fizemos, onde os três moravam no mesmo lugar. Nós três vivemos em Londres e gravamos em Londres. Acredito que isso teve um efeito muito positivo porque podíamos manter nossa vida pessoal de maneira normal. Podíamos tomar café da manhã em casa, fazer as coisas, e às duas nos encontrávamos no estúdio e trabalhávamos o tempo que quiséssemos. Às vezes eram 3 horas, outras nove. Mas quando terminávamos podíamos voltar para casa e nos desligar. No passado havíamos nos trancado no estúdio e ficamos presos sem poder sair. O ruim é que desde que você acorda está no estúdio, e dez minutos antes de dormir também está ali. Com esse disco pudemos manter nossa relação familiar de uma maneira normal. Já passamos muito tempo longe deles quando estamos em uma turnê, assim foi ótimo que enquanto gravamos pudemos vê-los, torna tudo muito mais fácil.”

Matt: “Acredito que é o álbum mais democrático que já fizemos. Nós três elegemos os produtores e tínhamos o mesmo peso. Tivemos o estúdio reservado por muito tempo, assim pudemos experimentar mais. Foi genial. Também tivemos um tempo de descanso e fomos a Los Angeles e trabalhamos com a orquestra e músicos de sessão, como uma seção de vento ou coro. Foi uma boa mistura entre o clima fechado de Londres e o sol de Los Angeles (risos).”

[tscopper from=”image” id=”,12784″ width=300]

 

Quando não estão em turnê, vocês se veem?

Matt: “Passamos muito tempo juntos quando estamos trabalhando, mas também nos vemos quando não. É como uma grande família.”

Parece-me que o som era mais orgânico que em The Resistance. Não se gravaram de maneira diferente.

Dom: “Em algumas músicas sim, essa era a intenção, como em ‘Supremacy’ ou ‘Animals’. Se tratava de tocar juntos, sem complicar demais a vida. Inclusive mesmo que haja sons de guitarra e de baixo bastante raros, tudo é tocado ao vivo.”

Acredita que vão voltar a trabalhar com um produtor externo, ou agora que provaram da liberdade de vocês mesmos fazerem, é algo que vão descartar?

Dom: “Não, eu gostaria. Produzirmos nós mesmos é divertido e de certa maneira podemos trabalhar mais rápido… Mas não gostaria, especialmente de fazer com alguém que seja de outro estilo, de um mundo que não tenha nada a ver com a gente. Fazer uma colaboração desse tipo seria interessante.” 

Suponho que no estúdio sempre há a tentação de ir acrescentando mais e mais coisas, mas ao final o mais importante é que poderão tocar essas músicas ao vivo.

Dom: “Sim, normalmente o que fazemos é gravar um monte de coisas, diferentes versões de cada música, e no final, simplificamos e ficamos com o realmente essencial. É bastante dificil, mas como já produzimos nós mesmos os dois últimos discos, aprendemos melhor como fazê-lo. Ganhamos muita confiança na hora de tomar uma decisão. Quando se faz música sempre tem a tentação de continuar avançando, porque muda algo e isso pode mudar tudo o que foi feito antes, e você acaba dando voltas e voltas e às vezes demora cinco anos para fazer um disco. Por isso é muito importante saber parar e terminar o que se está fazendo, é dificil, mas tem que saber parar.”

Talvez por isso seja bom ter uma data limite para terminar um novo disco. Possivelmente em nossa revista, se não houvesse, nunca a terminaríamos a tempo…

Dom: “Claro (risos). A data de entrega acaba saindo, mas quando começamos não temos nenhuma. Foi mais ou menos quando já estávamos na metade do disco feito, que decidimos quando poderíamos terminar. E no momento que diz isso, os gerentes já começam a te por limites porque tem que contratar as turnês. Costumamos trabalhar com um ano de antecipação, com este disco achavamos que iríamos terminar bem antes, mas no final, tivemos que trabalhar a todo vapor nos últimos dois meses para poder acabar a tempo. Sempre é uma luta contra o tempo (risos).”

Matt, você sempre mostrou interesse nas teorias da conspiração. Vendo como está o mundo, você acredita que o tempo te deu razão?

Matt: “Parece que sim (risos). Enquanto gravávamos o disco me interessei por tudo o que havia por trás das crises econômicas, vendo as noticias, o colapso dos bancos… no álbum você pode encontrar dois pontos de vista em relação ao tema. Em ‘Animals’ se fala da atividade criminal que os banqueiros cometiam, basicamente jogando fora grandes quantidades de dinheiro como se estivessem em um cassino e logo tiveram que ser resgatados pelos governos, à custa das pessoas serem mais pobres. ‘Explorers’ ou ‘The 2and Law: Unsustainable’ tratam sobre a ideia de que a energia está sempre crescendo no universo, no mundo, nos seres humanos. Acredito que a crise tem muito a ver com isso. A energia que alimenta a civilização diminui, enquanto o sistema financeiro e econômico se baseia no crescimento. Para crescer você precisa de energia, e se esta diminui, é normal que haja um colapso. Assim começei a pensar na crise pelo ponto de vista prático, mas também filosófico e mais metafórico. E por isso encontrei uma conexão para poder incluir algumas canções mais pessoais. ‘Survival’ ou ‘Madness’ falam sobre como lutar contra essa energia decrescente em uma relação ou em alguém.”

Chris: “O disco fala muito sobre como lidamos com tudo que desmorona ao nosso redor, desde uma relação à crise, a nosso estado mental, e como usamos o amor como escudo para nos protegermos de tudo isso. É muito depressivo não? (risos). Mas acredito que fizemos tudo de uma maneira positiva. Há canções positivas que falam de buscar a felicidade. ‘Madness’ e ‘Save me’ podem vir de lugares escuros, mas possuem uma mensagem positiva: se você tem ao seu redor alguém que você se importa, então não precisa de mais nada.”

O foda é que o amor e o medo sempre vão juntos. Uma vez que você tem, você tem medo de perder. Seja namorado, seus filhos, seus pais, você sabe que um dia pode perdê-los. É algo que vocês pensam?

Chris: “Claro. Sendo um homem de família, isso se converte no mais importante da sua vida. É estranho, porque durante vinte anos não tive filhos e isso me permitiu ser muito egoísta, mas fui muito mais feliz quando tive filhos e não podia me permitir ser egoísta. A ideia de perder isso é imensamente assustadora para mim. Se minha família desaparecesse, eu também gostaria de desaparecer. Não é um momento agradável, por isso tem-se que viver o momento. E se encontrou o amor deve se sentir muito sortudo porque muita gente não o tem. Eu me sinto muito feliz por estar em uma banda, ter uma mulher e seis filhos. É algo maravilhoso.”

Você acha que ter filhos te ajudou a aceitar melhor a loucura de estar em uma banda tão grande como o Muse?

Chris: “Acredito que sim. De novo tem o lance do egoísmo. Quando se tem uma família, isso é seu foco principal. Para mim, estar na formação sempre foi baseado em fazer música. Para algumas pessoas se baseia em um estilo de vida, na adulação. Não vou mentir, é muito agradavel se apresentar na frente de 75.000 pessoas que tem um orgasmo só em te ver (risos), mas ao mesmo tempo, isso não é tão importante como minha família. ‘Save me’ fala precisamente de como, apesar de todos os problemas de que tive e do muito que os fiz sofrer, estavam ali para mim.”

‘QUANDO COMEÇAMOS JÁ ERAMOS MUITO AMBICIOSOS. LEMBRO-ME TER 16 ANOS, ESTAVA EM UM FESTIVAL E PENSEI QUE ALGUM DIA ESTARIA ALI SENDO UMA DAS ATRAÇÕES PRINCIPAIS. E ACREDITO QUE AINDA TEMOS ESSA AMBIÇÃO.’ Dom Howard.

[tscopper from=”image” id=”,12783″ width=300]

 

Havendo crescido tanto, há muito esforço para conservar a amizade entre vocês?

Matt: “Para nós fazer música sempre foi a prioridade. É um conceito muito simples, que nunca desapareceu. O resto às vezes pode ser complicado, inclusive lidar com a vida pessoal de cada um, ou também com a parte do negócio, mas tentamos fazer com que tudo isso fique em segundo plano. O importante é fazer música que nos inspire e nos motive a sair em turnê.”

E como você leva o fato de sair em revistas com sua mulher? O assume como parte do seu trabalho?

Matt: “Não é algo com o qual eu perca o meu tempo. Não se pode levar a sério, entende? Eu gosto muito do meu trabalho. As revistas são uma consequência de minha relação, não do meu trabalho.”

Dom, você parece o que mais disfruta o fato de estar em uma banda de rock. Não está tão preocupado.

Dom: “Eu gosto, sim. Acredito que todos disfrutamos ainda. Sinto-me muito sortudo que seja assim, de poder continuar fazendo música juntos e que continuemos gostando. Eu adoro viajar.”

Ter conseguido transformar seu sonho em realidade fez você ver a vida de forma diferente?

Dom: “Acredito que sempre a vimos igual, acho que se você trabalha duro para conseguir o que quer, você consegue. Só tem que acreditar nisso. Existem altos e baixos e ao longo de vinte anos é normal que haja em qualqer relação, mas essa ambição, junto à música que fazemos, nos permite seguir em frente e superar qualquer assunto pessoal. Vejo-me fazendo isso daqui a vinte anos, quando tivermos 50, não tenho dúvida disso.”

Chris, você foi o primeiro a ter filhos, acha que Dom e Matt buscavam outras coisas?

Chris: “Não acredito que foi algo que buscava, simplesmente aconteceu. Sempre acreditei que todos têm uma alma gêmea. Algumas pessoas nunca a encontram. Por exemplo, quando conheci a minha mulher foi um acidente. Havia acabo de romper com minha namorada e tinha em mente que ‘agora que estou solteiro vou me divertir’. E três semanas depois conheci minha mulher e me apaixonei rapidamente. Acredito que seja assim, não é como se eu estivesse procurando criar uma família (risos).”

Você acredita que as grandes canções também são feitas assim, sem querer?

Chris: “Não sei… no meu caso essas canções surgiram de um período em que não me sentia muito feliz a um nível pessoal. As escrevi quando já estava saindo disso e foi muito natural. Sempre me custou muito escrever letras porque não tinha nada a dizer, por isso nunca havia mostrado nada ao grupo, mas desta vez saiu assim. Não acho que seja um desses compositores que podem escrever e escrever. Tenho que me sentir de uma maneira especial para isso.”

No disco você estreia como cantor, era algo que gostaria de fazer a muito tempo?

Chris: “Na verdade não. Sempre escrevi músicas, mas esta foi a primeira vez que mostrei ao grupo com a letra e tudo. Fiz umas demos em casa com os instrumentos e também cantava , e não sei, dava a entender que se fosse para o disco seriam cantadas pelo Matt, mas à medida que fomos avançando todo mundo sentiu que as letras eram muito pessoais que para transmitir sinceridade, teria que ser eu que as cantasse. Matt em particular insistiu muito para que o fizesse. Acredito que com tudo o que foi feito, ele gostava da ideia de ficar em segundo plano. Inclusive ao vivo, pode ser que caia bem, ele vai descansar a voz (risos). Quando o ensinei ‘Liquid State’ ele me disse que mal podia esperar para me ver tocá-la ao vivo, para ele poder se dedicar apenas a tocar a guitarra e correr pelo palco (risos).”

Ficou muito nervoso?

Chris: “Sim. Obviamente gravei muitos coros, mas nunca a voz principal. Foi uma experiência nova e depois de tantos discos, fiquei feliz em fazer algo diferente. Sei tocar meu instrumento de cima a baixo, mas isso era algo diferente e não sabia como fazer. Tive uma pequena crise (risos). Não sabia se seria capaz, mas no final acho que fui bem. É algo que tenho que melhorar futuramente se quiser continuar cantando mais.”

Além do mais, não são as típicas músicas que você berra, são melódicas e com notas bastante altas.

Chris: “Sim, sempre fui um grande fã dos Beach Boys. E também gosto de música de coral. A voz humana é o instrumento mais puro, e eu gosto dessa pureza. Eu gosto que a voz humana possa transmitir emoções sem nem se quer usar uma palavra. Os Bach Boys usavam as vozes de uma maneira muito elaborada… Em algumas de suas canções da época de Pet Sounds ou Smile as vozes são arranjos de corda, são complexos. Sempre me interessei por isso, não digo que essas duas canções levem isso, mas eu gostei. Nunca gostei de gritar, ainda quem sabe esperará de mim (risos).”

 

[tscopper from=”image” id=”,12772″ width=300]

Comments: 6

  • Gaby

    11 de setembro de 2012
    reply

    Ótima entrevista, adorei e me deixou ainda mais ansiosa(se é que isso é possível) pelo CD, vocês são demais o site está sempre atualizado, e todos os dias tem entrevista traduzida por aqui, valeu mesmo pessoal do Musebr!!! 😀

  • Nicolas

    11 de setembro de 2012
    reply

    Ótima entrevista, espero por traduções de mais outras….

    É ótimo quando vejo entrevista no site, passo 1 hora lendo… é como ler um livro, e essa era uma puta de uma entrevista, com ótimas perguntas e uma entrevista grande, o que é ótimo, odeio entrevistas pequenas…

    Gosto mto de Porcupine Tree, e fiquei supreso pelo Matt não conhecer,mesmo não sendo uma banda conhecida, é um som progressivo muito bom…

  • Lays Freire

    11 de setembro de 2012
    reply

    “é muito agradavel se apresentar na frente de 75.000 pessoas que tem um orgasmo só em te ver ” HUAEUHAEUHAEHUAEUHAEUHAHUEAUH

    • Steff

      11 de setembro de 2012
      reply

      como sabem? xD

      • Lays Freire

        11 de setembro de 2012
        reply

        mas acho que não é muito difícil de perceber, né? haha

  • dannyy

    20 de setembro de 2012
    reply

    75.000 orgasmos simultâneos… sounds great to me!
    Muse BR suando os suvacos de tanto traduzir! E eu agradeço! 🙂

Leave a Comment