Tudo sobre a banda britânica Muse formada por Matt Bellamy, Dom Howard e Chris Wolstenholme.

Instagram Facebook Twitter

Entrevista: Matt fala sobre ser pai e Kate Hudson

Nos velhos tempos caóticos de turnê, dois shows num estádio em Londres teria colocado os traficantes de drogas e cafetões em alerta vermelho para um fim de semana de muito trabalho.

Mas em 2013, enquanto Muse se prepara para dois grandes shows no estádio The Emirates, apenas a máquina de suco no camarim ficará ansiosa com os estragos em seus órgãos internos.

O vocalista Matt Bellamy, o baixista Chris Wolstenholme, ambos com 34 anos, e o baterista Dom Howard, 35, comemorarão os 20 anos de aniversário da banda no ano que vem. Mas os dias de mau comportamento e palhaçadas selvagens ficaram para trás, com uma atitude muito mais sensata e profissional para a vida na estrada. Matt, que tem um filho de 22 meses de idade, Bingham, com a estrela de Hollywood Kate Hudson, admite que a vida familiar tenha dado a todos os três membros da banda um motivo para manter as coisas no caminho certo. Matt disse:

“Você tem que por os outros antes de você – especialmente quando você tem filhos. Você foca nas necessidades da criança antes das suas e essa é uma experiência ótima. Quando você está voando pelo mundo todo você não consegue focar nas próprias necessidades e vontades. Mas assim que há mais alguém, você põe em perspectiva. É algo muito saudável. A vida em família é amor.”

O músico, que é amplamente considerado o melhor guitarrista de sua geração, cresceu em Devon. Seu pai, George, esteve no grupo The Tornados, nos anos 60, que tinha o hit Telstar. E a experiência do divórcio dos seus pais na década de 1990 deu-lhe mais motivação para proporcionar à sua família uma vida familiar estabelecida e segura.

A banda está de volta em casa, depois de uma série de grandes shows do outro lado do Atlântico. Eles, deliberadamente, espaçaram as datas da turnê para que a banda e a equipe possa passar tanto tempo em casa com suas famílias quanto possível.

“Eu acho que eu tenho muita sorte, por causa de minha parceira, minha namorada. Ela adora viajar. Ela foi criada em uma família onde havia muitas viagens e agitação acontecendo o tempo todo. Ela é realmente aberta com o negócio de nós estarmos sempre na estrada e por isso não nos separamos por mais do que uma semana desde que o nosso bebê nasceu. Na maior parte do tempo, se ela está trabalhando, eu irei para onde ela está – e funciona nos dois sentidos. Ela vem nos ver o tempo todo. Você balanceia um pouco, especialmente com duas pessoas trabalhando. Tem que revezar para fazer certas coisas.”

Terreno do Arsenal, o The Emirates está rapidamente se tornando um rival do estádio de Wembley, onde Muse já tocou duas vezes, com grandes shows. No último verão, Coldplay lotou uma série de shows no The Emirates e agora Muse toma o bastão nesse fim de semana.

 “Esses shows foram muito empolgantes para nós. Adoramos tocar em todo lugar. Nosso show favorito até agora foi, provavelmente, Las Vegas, talvez tenha algo a ver com o show de luzes que tivemos. Parece que lá só funciona com todos os efeitos. Em seguida, fomos para Uncasville, em Connecticut, um lugar que eu nunca soube que existia, e a multidão foi incrível. Apesar disso, é ótimo estar de volta em casa. Coventry – nosso primeiro show ao ar livre esta semana – foi especial”.

Eu fiz uma piada com o baixista Chris sobre a banda ficar no prejuízo em cada show, porque a conta de luz para o show de luzes é muito extravagante. Mas Matt disse que estava sob controle:

“Todo mundo pensa que a conta de eletricidade para esses shows deve ser enorme. Mas temos coisas de LED de baixo consumo energético – por isso não é tão ruim quanto você imagina. Pode ser uma boa ideia fazer os roadies pedalarem umas bikes com dínamos para carregar tudo. Então, novamente, eles estariam lá durante todo o dia e toda a noite.”

A banda ficou multimilionária com o passar dos anos graças à dois álbuns que atingiram o Nº 1 – Black Holes and Revelations e The Resistance – e alguns singles que chegaram ao Top Ten. Eles também se tornaram um banda ao vivo reverenciada, ganhando um Brit Award na categoria de Melhor Live, Melhor Álbum de Rock no Grammy e um American Music Award por The Resistance.

Desde 1994 a banda lançou seis álbuns de estúdio – vendendo mais de 15 milhões em todo o mundo. Seu mais recente álbum, The 2nd Law, e o single Madness, receberam indicações ao Grammy deste ano. Matt pode estar em um relacionamento de longo prazo com a riqueza, mas ele insiste que seus pés ainda estão firmemente plantados no chão. Ele disse:

 “Dinheiro e sucesso não mudaram minhas crenças ou opiniões com o passar dos anos. Quando eu era jovem, minha mãe e meu pai se separaram quando eu tinha 13 ou 14 anos, durante a recessão do início dos anos 90. Àquela altura, meu pai foi à falência e isso fez uma grande diferença em tudo. Então eu passei por tempos muito difíceis, morando com uma mãe solteira e ela estava realmente lutando para arranjar um emprego. São essas coisas que formam suas opiniões na vida. Elas se estabelecem quando você está crescendo e sendo criado. Não vão embora, simplesmente. Ficam com você. De uma maneira, foi isso que me levou a ser bem sucedido. Eu nunca mais quero estar naquela situação novamente – nunca mais. Eu tive muita sorte de poder experimentar os mimos que podem acontecer numa banda de rock. Mas, estar com estes três caras, nesta banda, desde tão jovem, não vamos deixar nenhum mimo nos mudar.”

Nos últimos meses alguns shows de Muse se chocaram com terríveis atos de terrorismo. A banda tocou duas noites no Madison Square Garden, em Nova York, sendo a primeira no mesmo dia dos atentados de Boston. Matt subiu ao palco e tocou em sua guitarra um solo de Star-Spangled Banner no estilo ‘Jimi Hendrix’. Neste fim de semana, eles tocaram duas noites no Emirates após o brutal assassinato do soldado Lee Rigby em Woolwich, no sudeste de Londres.

 “Foi uma loucura em New York no dia das bombas em Boston. Nós íamos tocar no Madison Square Garden naquela noite e a atmosfera da cidade estava notavelmente diferente do normal. É difícil escolher as palavras certas no palco em um dia como aquele. Você não quer começar a fazer um discurso político, embora tenha fortes sentimentos em relação a o que está acontecendo. É mesmo muito triste, mas nós temos que encontrar o elemento do equilíbrio, pois estamos lá para entreter e por um sorriso no rosto dos fãs. Isso trouxe de volta tudo o que aconteceu em New York em 2001. Acrescentou um tom meio sombrio ao show, mas o espírito da cidade brilhou e todos aproveitaram a noite no final. Nós faremos a mesma coisa quando subirmos ao palco neste fim de semana.”

O show deve continuar – e Muse tem alguns shows especiais pela frente. Eles farão um show para a estreia do hollywoodiano World War Z no próximo domingo no Horse Guards Parade em Londres.

Comments: 5

  • renato

    30 de maio de 2013
    reply

    acho que o Muse esta na sua melhor fase antes eles ficavan viajando naquelas paradas de espaço mais agora eles estão focados com os problemas da terra e estão mostrando isso com seu novo disco e a nova turnê muito foda

  • dannyy

    4 de junho de 2013
    reply

    ‘A vida em família é amor!’ Xente, para!

  • Adélia.

    6 de junho de 2013
    reply

    Muse sempre se preocupando com o próximo. Lembro-me de quando eles tocaram no Glastonbury de 2010, eu compareci ao festival com uma amiga mas umas três semanas antes, a amiga dela faleceu em um acidente de carro e nós fomos ao velório e ao enterro, e foi algumas horas antes do festival, e depois nos encontramos com os rapazes e o Matt percebeu que havia alguma coisa de estranha em meus olhos – eu estava em choque por estar cara a cara com eles, mas mesmo assim estava triste por essa pessoa – e me perguntou se havia alguma coisa de errada, e eu não consegui me segurar e desabei em lágrimas e cai sobre meus joelhos. Ele me ajudou a levantar e me abraçou, dizendo que só vai me soltar quando eu conseguir parar de chorar e os outros perceberam e ficaram fazendo companhia para minha amiga e a abraçaram também e depois nos unimos em um power abraço do power trio, foi triste, mas mesmo assim foi fortalecedor ver tanta humildade em rapazes que já conquistaram meio mundo com suas canções fortes e letras belas. Eu lembro que minhas lágrimas aumentaram e que Matt me espremeu mais em seus braços, dizendo que vai ficar tudo bem, mesmo não sabendo o que ocorreu. É por causa deles que eu e minha amiga ainda estamos de pé. 🙂

    • Nathy

      17 de setembro de 2013
      reply

      Nosssa, que coisa linda, tanto a sua história quanto a história deles terem abraçado vocês….

      Meus sentimentos, de qualquer forma.

  • Yuki_the Reader

    15 de outubro de 2013
    reply

    Nossa, acho incrível a mudança que um filho pode proporcionar a uma pessoa. Acho maravilhoso o Matt ter encontrado um mulher com a Kate, ela é maravilhosa como mãe e como mulher, essa relação e esse situação paterna amadureceram bastante o Matt e espero que proporcione muito mais amadurecimento e felicidades.

Leave a Comment