Tudo sobre a banda britânica Muse formada por Matt Bellamy, Dom Howard e Chris Wolstenholme.

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[RESENHA] Drones World Tour em Quebec

Ano passado foi anunciada a vinda do Muse para Quebec e os ingressos se esgotaram em um ou dois dias de venda! Felizmente marcaram uma segunda data, anterior à esgotada, e foi esse show que eu assisti dia 18.

A turnê Drones veio para uma arena nova na cidade que tem capacidade para cerca de 20.000 pessoas, mas para a minha decepção e certamente também da banda, o Centre Videotron não encheu. Mas isso não influenciou a expectativa e a animação do público presente, que primeiro curtiu muito a banda de abertura – os talentosos americanos da X Ambassadors.

De repente tudo fica escuro. Entra marchando na pista um exército de olhos vermelhos, ouvimos a faixa-título do álbum junto com a sua letra no telão circular e também aparecem drones sobre a plateia. Sim, drones! Eu consegui não ler nem ver nada sobre a turnê antes do show e foi uma grande surpresa ver aqueles oito orbes dançando e iluminando os fãs na pista de um jeito meio ameaçador. Então vemos o baixo iluminado do Chris Wolstenhome num extremo da passarela, e quando as luzes se acendem vemos Matt Bellamy no outro lado e Dom Howard + Morgan Nicholls no centro do palco circular. O show começa mesmo com ‘Psycho’ e os drones circulando na arena.

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Após um rápido olá do Matt, a banda toca ‘Dead Inside’ com projeções em telões transparentes que descem sobre as passarelas (acredito que são os chamados “kabuki”). Com o ‘Interlude’ já conhecido vem a minha favorita da banda: ‘Hysteria’. As luzes no chão do palco central imitam as hélices de um drone e piscam e se acendem freneticamente, Matt e Chris correm pelas passarelas para as plataformas laterais, onde Matt toca de joelhos o solo, e a música acaba com o riff de ‘Back in Black’.

Logo já começa a facilmente reconhecível distorção de ‘Plug In Baby’ numa sequência perfeita pra mim! Depois dessa música, que só foi tocada mais uma outra vez este ano, ficam no palco só Dom, Morgan e as projeções nos telões durante ‘The 2nd Law: Isolated System’. As projeções acabam com o ‘handler’ chegando, e a música de mesmo nome que vem logo a seguir é tocada com Matt e Chris como que sendo marionetes controlados pela figura num efeito multimídia muito bacana. A silhueta deles também aparece nos telões durante ‘Handler’, e no final da música as mãos do manipulador deixam de ter controle sobre os músicos e caem.

Então vem mais uma dupla matadora: ‘Map of the Problematique’ e ‘Supermassive Black Hole’. Na segunda os drones voltaram a sobrevoar a pista como planetas em órbita e o palco circular, que antes girava muito devagar só para que Dom não ficasse virado só para um lado, agora gira mais rápido.

‘Prelude’ nos dá a impressão de que teremos ‘Survival’ a seguir, mas ao invés disso vem ‘Starlight’ numa das partes mais animadas do show – Matt sem sua guitarra corre de um lado para o outro, pula e bate palmas, e os drones saem a meio da música dando espaço para os “hullaballoons” que fazem a galera gritar cada vez que um é estourado, inclusive pelo Dom. Tem gente que reclama do cliché que já virou ‘Starlight’, mas eu acho a energia e a interação com a plateia demais, e pelo jeito a banda tem a mesma opinião pois ela está sempre nas setlists!

A seguinte é ‘Apocalypse Please’, na qual Matt toca um piano de cauda com a tampa transparente e luzes no interior, que é “engolido” pela plataforma no final. Matt deixa o palco com seu piano e os demais musos tocam o jam instrumental conhecido como ‘Munich Jam’ no palco girando mais rápido.

As próximas duas são outro ponto alto do show para mim, ‘Madness’ e ‘Undisclosed Desires’, ambas tocadas com projeções e a segunda com Matt usando os óculos brilhosos.

‘JFK’ com o discurso do ex-presidente americano no telão dá uma pausa para a banda, que depois volta com a pesada ‘Reapers’. Seguem ‘Time is Running Out’, com imagens da banda nos telões, e ‘Uprising’, que com sua letra e imagens de conflitos armados nos telões se encaixou bem no tema de ‘Drones’.

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A longa ‘The Globalist’ é um show à parte no quesito visual, com projeções incríveis e hipnotizantes nos telões pelo palco todo e um caça-bombardeiro a sobrevoar a plateia! Também se tratava de um drone inflável que teve um efeito eufórico sobre os fãs. Nesta última música antes do repeteco de ‘Drones’, Matt volta a tocar piano na plataforma bem à direita.

Eu nem percebi, mas teoricamente a última faixa do disco homônimo também é suposta a ser a última do show, com mais projeções e drones dançantes. Para o encore temos ‘Mercy’ com uma chuva de confetes (em forma dos homenzinhos do exército da capa do ‘Drones’!) e serpentinas. Enfim, a clássica ‘Knights of Cydonia’ fechando como de costume – e sendo outro ponto alto pra mim e para a arena toda que aplaude energeticamente de pé.

Esse foi um show curto e com pouquíssima interação verbal da banda com o público (Matt deu oi e agradeceu umas três vezes, e Dom agradeceu ao final), mas a setlist foi fenomenal. Tivemos as favoritas uma atrás da outra, acompanhadas de efeitos visuais espetaculares e movimentação dos Muse de um lado para o outro do palco. Aliás, quem assistiu o show da pista livre ficou extremamente perto da banda! Eu e meu marido só pudemos optar pelos ingressos mais baratos, com assentos marcados no nível mais superior da arena, mas pelo menos conseguimos os melhores lugares desta seção, bem no centro, e pudemos ver tudo de um ângulo privilegiado. Notei que o público era de idades bem variadas, com muita gente de mais de 40 anos e famílias completas, diferente dos outros shows que assisti antes em outro país. Mas uma coisa todos tiveram em comum: a sorte de ter presenciado esse espetáculo megalomaníaco e primoroso, dos mais jovens comendo pipoca até os senhores tomando uma taça de vinho, e de toda galera que pulava e filmava com seus celulares.

RESENHA POR:

Luise Guedes Philomena

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Written By

Drone trilingue de inglês, francês e espanhol, raptado de outro dono e caçador de notícias nível expert. Programado para ser extremamente educado e gentil.

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