Tudo sobre a banda britânica Muse formada por Matt Bellamy, Dom Howard e Chris Wolstenholme.

Instagram Facebook Twitter

Matt Bellamy, o novo messias

Muse e o islandês Jónsi maravilham o palco principal do Xacobeo

Como conduzir a atonia em euforia de uma multidão de 25 mil almas em pouco mais de oito minutos? Matthew Bellamy, o vocalista, guitarrista e sumo sacerdote do Muse, tem a solução. Proporcionando de forma encadeada um par de estouros como Uprising e Supermassive Black Hole e vocês já verão como nem o mais desanimado do lugar aguenta com a bunda grudada na arquibancada. Nem crise, nem o final do verão, nem uma dor de dente, nem farrapos de gaita: esses garotos britânicos se confirmaram na madrugada do sábado compostelano como os mais eficazes (e implacáveis) agitadores de massas que pisaram no solo peninsular desde que Bono e sua quadrilha irlandesa se doutoraram, 23 anos atrás, no estádio Santiago Bernabeu.

Havia muita espectativa no Monte do Gozo para ver o que o trio de Devon (ao tecladista que os auxilia não concederam nem uma triste atenção) era capaz no Xacobeo 10, o principal evento musical do ano santo. E sim, os feitos parecem indicar que Bellamy é quase infalível. Ainda que não converse com o público durante a noite, ele excita as pessoas como um perfeito malandro. O cara gosta de ser conhecido, é claro, mas isso é um pré-requisito para manter o público apreensivo.

Houve um momento na semana de Santiago que a resume por inteiro. Muse fincou os dentes na bombástica United states of Eurasia, sua versão particular de Bohemian Rhapsody, e a plateia inteira levantou seus punhos ao céu como quando tinham que deixar aos cacos o muro do Pink Floyd. É aí que reside o mérito destes lacônicos rapazes de trinta anos: todas suas referências de estilo são de uma eficácia comprovada para a excitação coletiva. Somem o envolvimento do Queen, o rugido de rock do Led Zeppelin, a sofisticação eletrônica do Depeche Mode, a doutrina populista do U2 e o surto culto do Radiohead: o resultado é Matthew Bellamy, o novo messias dos estádios.

“Os Pet Shop Boys me parecem muito mais agradáveis e divertidos, na verdade”, admitia Jónsi.

As camisetas do Muse, a 25 euros cada, se transformaram na peça mais cobiçada do merchandising moderno. Mas, como em todo culto, sempre surgem dissidentes. É o caso de Jónsi Birgisson, o vocalista do Sigur Rós, que algumas horas antes de subir ao palco se revelou surpreso com o prestígio alcançado pelos ingleses: “Os Pet Shop Boys me parecem muito mais agradáveis e divertidos, na verdade”, admitia. Jónsi se baseou em seu primeiro disco solo, Go, para oferecer um belíssimo show a todos que quiseram assisti-lo. Para quem só buscava um alvoroço guitarreiro, o universo desse peculiaríssimo xamã islandês, aparentemente nascido em algum pequeno bosque encantado, resultou em uma perfeita coisa de Marte.

Ninguém no mundo canta como Jónsi, emitindo esses miados de gato escaldado. “Um gato? Um amigo disse que mais pareço uma baleia atormentada”, corrige com um sorriso zombeteiro. No palco, veste um chapeu com penas e uma camiseta listrada colorida, como um perfeito feiticeiro cósmico. Seu namorado, o pequenino Alex Somers, se diverte muito com uns pianos minimalistas, promove uma maravilhosa tempestade de vibrafone e veste roupa roxa de duende. O baterista, que usava uma faixa preta em forma de coroa de príncipe, confirma a sensação de que fomos parar em uma maravilhosa orgia tribal.

Poucas foram as forças que ficaram para Pet Shop Boys, programados para muito tarde e com o público em desordem. Neil Tennant é um perfeito gentleman irônico e uma máquina de cuspir pop hits dançantes e elegantes, mas as forças eram escassas depois de desperdiçar tanta adrenalina.

Junto a isso, algum gênio da organização decidiu proibir as mochilas com comida, temendo que as rodelas de salsichón ou os salgadinhos atentassem contra a ordem pública. Contemplar, na entrada, essas montanhas enormes de frutas e sanduíches condenados ao lixo era uma vergonha para se encaixar no contexto da aposentadoria. O rock nem sempre é pecaminoso; tirar comida, sem dúvida, é.

fonte: El País

Written By

A equipe mais animada, doida, faladeira e confusa que um fã clube de Muse poderia ter. Nós amamos Muse de todo o coração assim como (a maioria) dos seus fãs. A dedicação é de coração.

Comments: 7

  • Izaa.

    3 de setembro de 2010
    reply

    Muse é muitto foda!

  • coltsfan

    3 de setembro de 2010
    reply

    “Como Conduzir a atonia em euforia de uma multidão de 25 mil almas em pouco mais de oito minutos? Matthew Bellamy, o vocalista, guitarrista e sumo sacerdote do Muse, tem a solução.” haha q foda!

  • antonio marcos

    4 de setembro de 2010
    reply

    MUSE E JÓNSI, OS MAIS FODASTICOS DO MUNDO!

  • Natalia_moonstarcollision

    4 de setembro de 2010
    reply

    caraaa até meus 90 anos quero estar ouvindo MUSE, hehe
    Muse agora é minha essência. *-*’

  • Cris_of_Cydonia

    4 de setembro de 2010
    reply

    Amém ¬¬

  • Maria Luiza

    4 de setembro de 2010
    reply

    aaaaaaah Muse, é isso FODÃO

  • dannyy

    5 de setembro de 2010
    reply

    Monte do Gozo! Huuummmm, local interessante para se assistir um show do MUSE.
    Agora mudando pra um assunto nada a ver, um pensamento devaneio tem me consumido ultimamente, mas eu só falo depois que o show do MUSE no RIR for confirmado.

Leave a Comment