Tudo sobre a banda britânica Muse formada por Matt Bellamy, Dom Howard e Chris Wolstenholme.

Instagram Facebook Twitter

MUSE NÃO VAI MAIS GRAVAR ÁLBUNS?

Nesta quarta-feira, o San Diego Union Tribune jogou uma bomba sobre a fanbase do Muse, com uma matéria oportunamente intitulada: “O Muse talvez tenha feito seu último álbum, diz baterista”. O artigo foi publicado no jornal da cidade por ocasião do show que acontece hoje em San Diego. Será o primeiro show da banda em 2016, após uma breve pausa na Drones Tour, que teve início em novembro do ano passado, no México, e segue passando agora por várias cidades nos Estados Unidos.

A declaração polêmica foi dada por Dom numa entrevista em que ele discute as mudanças que os serviços de streaming causaram na maneira que as pessoas ouvem música hoje em dia:

“Estamos muito conscientes de que hoje em dia as pessoas não escutam mais álbuns inteiros, e sim escolhem as faixas individuais que mais curtem. Nossa escolha ao gravar Drones não foi necessariamente contra isso, mas acho que nós sentimos que essa poderia ser nossa última chance de criar um álbum, e foi por isso que o fizemos.”

Isto não quer dizer, no entanto, que o Muse teria desistido de gravar novas músicas, e sim que a banda atualmente percebe o formato “álbum” como algo que já está ficando ultrapassado. Matt expressou opinião semelhante em entrevistas no ano passado.

p1793543874-4

“A maneira que as pessoas consomem música mudou tão drasticamente nos últimos dez anos, é insano. E eu também mudei. Eu certamente não escuto mais álbuns inteiros hoje em dia, como eu costumava fazer antes. Então nós pensamos, se vamos lançar um álbum agora, tem que ser um álbum que faça sentido quando ouvido do começo ao fim. Drones faz muito mais sentido ao ser ouvido do começo ao fim, do que se você escuta só uma ou duas músicas.

Todo mundo tem tantas distrações atualmente, que nós meio que sentimos que lançar um álbum, no sentido tradicional, poderia ser a ultima vez. No futuro, se tornará mais e mais improvável que façamos algo do tipo. O mundo é um lugar muito diferente agora, o jeito que as pessoas consomem música está muito diferente do que costumava ser. Assim, temos conversado sobre lançar apenas pequenas compilações de músicas, ou apenas singles, por um bom tempo, a partir de agora.”

E o que mais poderíamos esperar de uma banda como o Muse, com quem a única constante é que estão sempre inovando? Aprendemos que, se existe uma coisa que podemos esperar deles, é que o próximo lançamento nunca vai ser igual ao anterior. O artigo do Union Tribune chama Drones de “um álbum conceitual loucamente ambicioso, cheio de metáforas sobre a guerra e a desumanização das pessoas”, comparando Muse ao Pink Floyd e ao Yes, bandas que faziam sucesso nos anos 70.

Dom também explicou como as canções de Drones se encaixam no setlist que eles prepararam para a turnê:

“Não tocamos o álbum do começo ao fim, apesar de que seria legal se o fizéssemos. Nós pegamos elementos do álbum para insinuar a história que ele conta, então as músicas do novo álbum aparecem em todos os momentos do show. Tocamos uma boa parte dele.”

Ele também falou sobre a formação da banda, que conta com Morgan Nicholls como musico de apoio durante os shows desde 2006:

“Nós conscientemente decidimos nos firmar como um trio, bem cedo na nossa carreira. Antes desse ponto, pensávamos que três músicos era muito pouco, e que certamente precisávamos de mais um guitarrista ou tecladista. Mas resolvemos que seríamos um trio mesmo assim, e usamos esta restrição a nosso favor. Assim que tomamos essa decisão, começamos a tocar de um jeito diferente, e todos os três evoluíram muito musicalmente, cada um no seu instrumento. Passamos a ficar mais criativos, tentando fazer as músicas soarem grandes, completas. Então isso mudou nosso jeito de tocar, porque todos se sentiram mais expostos. Nos esforçamos para fazer muito barulho sendo apenas três pessoas, e isso realmente afetou como tocamos. Sempre tentamos ser bons músicos, todos os três. Eu não acho que qualquer um de nós tenha jamais dito: ‘Ah, tá bom assim. Vamos fazer assim, que é mais fácil.”

Ao mesmo tempo, admitiu o baterista, a banda aperfeiçoou seu som ao longo da evolução da banda, para eliminar excessos e complexidades desnecessárias:

“Agora nós fazemos o que é certo para cada música. Nos nossos primeiros cinco anos, antes de conseguirmos um contrato com uma gravadora, levávamos muito a sério nossas tentativas de ser muito bons. Nossa música era muito complicada, e em muitas maneiras, técnica demais, complicada demais. Nossa formação musical não foi muito técnica.”

Há controvérsias, Howard, não seja tão modesto!

p1731393854-4

O artigo também citou Unsustainable, de The 2nd Law, e perguntaram ao Dom se o que se ouve na música é um tambor japonês, um taikô:

“Que boa pergunta! É sim!”, ele respondeu. “Eu fiz isso em Londres, no Air Studios, onde gravamos a maior parte desse álbum. É uma antiga igreja, com um salão enorme onde eles costumam gravar orquestras e coisas para a BBC. Eles têm um monte de instrumentos lá, e alguém por acaso deixou um taikô por lá.”

Dom e o jornalista do Union Tribune discutiram estilos musicais, e uma possível categoria que desse conta de resumir o som que o Muse faz. Dom acha que não existe:

“Não acho que jamais essa banda tenha feito um estilo de música só; não fazemos só rock progressivo, ou só rock alternativo. Sempre transitamos livremente entre diferentes estilos, do meta ao prog ao pop. Produzimos muitas coisas em diferentes gêneros, então não me interessa nenhum tipo de rótulo para a nossa música. Eu penso no Rush, por exemplo, quando se fala em rock progressivo, ou no ELO, e nós não fazemos um som necessariamente parecido com essas bandas, mas sim, há alguns elementos… Sempre fizemos de tudo. E na próxima vez, também não sei o que vai ser. É uma linha tênue que existe entre rock progressivo e simplesmente experimentar musicalmente e fazer o que dá vontade na hora, ou apenas desafiar os limites do que os gêneros musicais representam. E eu prefiro essa ultima abordagem.”

O Union Tribune relembrou a Resistance Tour, com suas torres de 9 metros de altura, que passou por San Diego em 2010, como uma aventura bem no estilo progressivo.

“Essas plataformas eram bem altas, bem assustadoras, bem instáveis! Cada vez que elas se mexiam, balançavam bastante, então era bem tenso ficar lá em cima. Nós provavelmente ficamos presos lá uma ou duas vezes. Começamos aquela turnê com três torres enormes, com panos que ficavam presos nelas e às vezes não caíam na hora que deviam, eu achava isso bem engraçado!”

MuseNIA

“Acho que o Matt e o Chris balançavam ainda mais naquelas torres, porque eles ficavam de pé. Quando a turnê acabou, viramos um pro outro e juramos: ‘Nunca mais vamos fazer isso de novo!”

Exceto no ocasional festival de Coachella, em 2014, com Matt e Chris tocando em cima de elevadores de novo, só pela diversão de estar lá em cima mais uma vez, certo, meninos? 😉

Matt+Bellamy+2014+Coachella+Valley+Music+Arts+LNKT5JQn3rix

Os recentes problemas com o palco da Drones Tour também devem estar divertindo Dom, já que estão enfrentando problemas semelhantes com drones que não se mexem na hora em que devem se mexer, cortinas que não descem e instrumentos falhando…

CWklyy0UEAEqmO2 (1)

Clique aqui e confira o artigo no original em inglês!

Written By

Super Drone da Tradução, nerd e fã incondicional.

Comments: 1

Leave a Comment