Tudo sobre a banda britânica Muse formada por Matt Bellamy, Dom Howard e Chris Wolstenholme.

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[TRADUÇÃO] Matt Bellamy fala sobre carreira solo, próximos projetos e “vida simples” no lockdown

O vocalista fala sobre tocar com Graham Coxon e Miles Kane e também sobre como "encontrar sua Enya interior"

Matt Bellamy tem aproveitado a vida silenciosa. Sim, de verdade. O excêntrico vocalista do Muse, famoso pelo seu amor por tecnologia, e pela fascinação pelo o que está além do espaço, parece ter aterrissado na terra pelo lockdown do coronavirus.

Além de encorajar seus fãs e dar suporte para os profissionais da área da saúde neste tempo de desafios, ele nos diz que está empenhado em limpar sua garagem, cozinhar mais, dar aulas em casa para seu filho e “plantando cenouras, e coisas assim”. Mas sem pânico, a vida doméstica não destruiu o rockstar interior de Bellamy, pelo contrário, inspirou ele a tomar um rumo diferente com a música. Como por exemplo: sua nova música solo ‘Tomorrow’s World’; uma peça de orquestra onde o vocalista simplesmente conclui: “Nosso mundo poderia estar tão cheio de alegria – não o desperdice. ”

“A letra fala justamente sobre como é estar vivendo em lockdown e tentando converter esse sentimento em um pouco mais de apreciação da vida simples, ” Bellamy diz à NME durante sua quarentena em Los Angeles. “É sobre tentar abraçar a quarentena, e não lutar contra ela”.

Tomorrow’s world marca a segunda música solo de Bellamy, logo após o lançamento de ‘Pray (High Valyrian)’ da trilha sonora de Game Of Thrones ano passado – então isso significa que ele está numa carreira solo? Pra descobrirmos, precisamos bater um papo sobre inspirações na quarentena, o próximo projeto da banda, o novo filme – show do Muse em que eles descrevem como “nossa versão de The Wall, do Pink Floyd’’, e sua banda paralela The Jaded Hearts Club.

Oi Matt. Nos fale um pouco mais de como surgiu ‘Tomorrow’s World’?

“ Eu sempre pensei nesses trechos da música, inicialmente no piano, umas coisas tortas e sonhadoras que eu escrevo que nem sempre combinam com o Muse. Eu só as coloco de lado e penso, ‘Isso funcionaria na trilha sonora de um filme algum dia’. ‘Tomorrow’s World’ é uma dessas músicas, e durante o lockdown eu comecei a trabalhar nela.

E não parecia uma música do Muse?

“Muse sempre vai ser minha prioridade, mas o lockdown me fez questionar ‘O que eu faria se estivesse sozinho? Que tipo de música me atrairia?’, e a resposta foi uma música assim. Eu basicamente me conectei com minha Enya interior! Percebi que sem Dom batendo nos tambores e Chris e seu baixo ameaçador, eu tendo para música mais etérea e sonhadora. Que combina com o que se passa na sua cabeça nos tempos atuais.”

Você considera lançar um álbum solo?

“Consigo me imaginar lançando mais músicas este ano. Não tenho planos para assinar contratos ou lançar álbuns. Não tenho nenhum plano de divulgar nada. Sou só eu experimentando sozinho em casa.”

Você sente que existe algo que não pode falar em uma música do Muse, mas pode como artista solo?

“Esta música representa o tipo de coisa que eu não faria com Muse porque é mais eu, é mais pessoas. Eu me pego querendo fazer músicas mais íntimas e suaves sem impô-las sobre Dom e Chris! Se você observar Muse ao longo dos anos, em alguns momentos eu trouxe um tipo de música mais etérea, de trilha sonora. Essas músicas nem sempre se encaixam quando tocamos ao vivo, então me vejo abrindo um espaço para essas obras mais acústicas e leves. É algo a ser feito, especialmente agora. Se muito, vai me ajudar a definir o que é Muse – uma banda, mais pesada, mais bombástica.”

E o que vem por aí para Muse?

“Estive conversando com Dom e Chris. Gosto da ideia de resetar tudo e voltar para nossa origem. No sentido de fisicamente voltar para nossa cidade-natal (Teignmouth, Devon) e retornar a como era no início. Provavelmente vamos voltar ao estúdio ano que vem para fazer um álbum novo e sair em turnê depois, dependendo das restrições de viagem. Para nós, 2020 já seria um ano para ficar de folga, sem viajar. Nunca fizemos isso nos vinte e tantos anos que seguimos juntos.

Você acha que a crise do coronavírus vai mudar a maneira como vocês encaram turnês?

É muito cedo para dizer. Não tínhamos planos de fazer turnês até 2022. Teríamos feito alguns shows ano que em, mas tivemos sorte de não ter muitos compromissos agora, então podemos esperar e ver o que acontece. Mesmo se festivais como Glastonbury voltarem ano que vem, o público irá? Acho que tudo pode acontecer. As pessoas podem ficar traumatizadas para sempre, ou podem estar tão prontas para comemorar que festivais vão virar a melhor coisa do mundo. É muito cedo para saber. Eu li na Internet sobre os shows drive-in na Escandinávia e achei muito esquisito, mas pode ser engraçado e interessante.

Ano que vem será o aniversário de 20 anos de seu segundo álbum ‘Origin of Symmetry’. Ele tem seu lugar no coração de muitos fãs. Vocês vão comemorar de algum jeito?

Os fãs amaram o box das nossas músicas antigas (Origin of Muse). Muitos disseram que não conseguiram comprar, então estou pensando em produzir mais alguns. Se apresentações ao vivo forem possíveis ano que vem, podemos fazer um show comemorativo. Eu não sou contra isso. Assim que shows voltarem, Muse vai querer fazer algo. Nós iríamos tocar no Global Citizen Concert em Berlim e outra coisa que não posso falar agora – então se forem adiados para o ano que vem, estaremos por aí.

O que vocês podem falar sobre o novo filme-show do Muse?

É um filme legal que se passa no mundo sci-fi anos 80 do último álbum. Nós filmamos antes de tudo isto acontecer, mas tem alguns temas sobre um vírus dominar a realidade das pessoas. Planejamos lançá-lo nos cinemas no verão [inverno no hemisfério sul], mas acho que vamos mudar para um lançamento em download ou streaming. Estamos pesquisando se cinemas drive-in vão estar abertos. Infelizmente não posso falar mais.

Podemos esperar uma turnê da The Jaded Hearts Club?

Eu adoraria fazer isso por diversão. Tínhamos três shows agendados para o final de março, mas o lockdown começou alguns dias antes do anúncio. Vamos lançar mais algumas músicas este ano e teremos um álbum em outubro. É uma combinação de covers obscuros bem interessante. Gravamos quase tudo antes do lockdown e estamos trabalhando na mixagem desde então. Já vamos acabar esta semana e tentaremos lançar uma música por mês. Graham Coxon está na maior parte do álbum, com Miles Kane e Nic Cester do Jet encarregados com os vocais. Talvez eu até tente cantar uma ou duas músicas! Fiquem atentos.

Fonte: NME Magazine, por Andrew Trendell

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Aqui tem informação! Tradução também. E umas coisas a mais.

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